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Dez anos do caso Snowden, a mais grave fuga de informações dos EUA

Um jovem de 20 anos, Edward Snowden, divulgou há 10 anos dados que comprovavam que o Governo dos EUA tinha autorizado programas de vigilância a milhões de pessoas, incluindo líderes de vários países.

Dez anos do caso Snowden, a mais grave fuga de informações dos EUA
Notícias ao Minuto

11:57 - 03/06/23 por Lusa

Mundo Cronologia

Edward Snowden, que trabalhava para uma empresa contratada pela National Security Agency (NSA), provocou um autêntico terramoto na diplomacia internacional, com a divulgação de documentos -- que foram publicados pela primeira vez em 05 de junho de 2013, pelo jornal britânico The Guardian - que provavam a existência de programas de vigilância por parte das autoridades norte-americanas.

Em julho de 2013, Snowden pediu asilo na Rússia, para impedir a sua extradição para os Estados Unidos, onde está acusado de roubo e de espionagem e, no ano passado, o Presidente Vladimir Putin atribuiu-lhe cidadania russa, colocando-o a salvo da justiça norte-americana.

Eis uma cronologia dos principais acontecimentos do caso Snowden, a mais grave fuga de informações confidenciais nos Estados Unidos, com repercussão mundial.

05 de junho de 2013:

O jornal britânico The Guardian noticia, a partir de uma fuga de informação, que a NSA estava a gravar telefonemas de milhões de utilizadores de uma operadora telefónica, ao abrigo de um programa 'top secret' que permite ao Governo obter dados de telecomunicações.

08 de junho de 2013:

O Presidente dos EUA, Barack Obama, esclarece que o programa de monitorização de dados garante o equilíbrio entre o direito à privacidade das pessoas e a garantia de segurança nacional.

09 de junho de 2013:

O nome de Edward Snowden, um jovem de então 20 anos, é apontado como a origem da fuga de informação sobre o programa de vigilância, e este admite a responsabilidade a partir de Hong Kong, onde se tinha refugiado em maio, depois de pedir uma licença sem vencimento na empresa onde trabalhava.

11 de junho de 2013:

Os Estados Unidos asseguram a União Europeia de que os direitos dos seus cidadãos não foram violados pelo seu programa de vigilância e o empregador de Snowden, o empresário de sistemas de segurança Booz Allen Hamilton, informa que despediu o seu funcionário por este ter violado códigos de ética.

13 de junho de 2013:

Snowden revela que o Governo dos EUA tem estado a interferir em computadores na China e em Hong Kong há vários anos.

Perante o Senado dos EUA, o diretor da NSA, Keith Alexander, explica que o programa de vigilância permitiu interromper dezenas de planos terroristas.

14 de junho de 2013:

O diretor do FBI, Robert Mueller, reconhece que a fuga de informação promovida por Snowden provocou "graves danos" e diz ao Congresso que o vai perseguir e tentar condenar.

15 de junho de 2013:

Centenas de manifestantes nas ruas de Hong Kong pedem às autoridades locais para protegerem Snowden, evitando a sua extradição para os Estados Unidos.

17 de junho de 2013:

Snowden nega que seja um agente ao serviço do regime de Pequim.

20 de junho de 2013:

O fundador do projeto Wikileaks, Julian Assange, tenta conseguir que Snowden consiga asilo na Islândia.

22 de junho de 2013:

As autoridades norte-americanas emitem uma queixa-crime contra Snowden, acusando-o de espionagem e roubo, pedindo a sua extradição desde Hong Kong.

23 de junho de 2013:

Snowden sai de Hong Kong e voa até Moscovo, pedindo asilo na embaixada do Equador na capital russa, prometendo-lhe proteção contra a extradição, à semelhança do que tinha feito com Assange na embaixada de Londres).

25 de junho de 2013:

A China nega acusações de ter facilitado a saída de Snowden de Hong Kong.

O Presidente russo, Vladimir Putin, diz que vai permitir que Snowden esteja na Rússia como um homem livre.

29 de junho de 2013:

A revista alemã Der Spiegel revela que os documentos disponibilizados por Snowden provam que os Estados Unidos gravaram telefonemas de dirigentes políticos europeus, incluindo a chanceler alemã, Angela Merkel.

01 de julho de 2013:

Snowden pede asilo político à Rússia e Putin diz que ele deve parar de divulgar documentos confidenciais, se quiser ficar em Moscovo.

02 de julho de 2013:

Snowden retira o pedido de asilo à Rússia e envia pedidos para 20 outros países.

06 de julho de 2013:

Nicarágua e Venezuela oferecem asilo a Snowden, mas este diz que não consegue viajar para a América do Sul e aceita asilo na Rússia.

07 de agosto de 2013:

O Presidente Obama cancela uma reunião com Putin, por causa do asilo a Snowden

16 de agosto de 2013:

O jornal norte-americano The Washington Post cita documentos disponibilizados por Snowden para denunciar que o Governo dos EUA violou regras de privacidade e abusou da sua autoridade legal milhares de vezes, nos dois anos anteriores.

15 de janeiro de 2014:

Snowden revela, numa entrevista a uma estação televisiva alemã, que a NSA não se limitou a recolher informação para fins de segurança nacional, tendo também realizado atos de espionagem industrial, ao serviço de empresas norte-americanas.

12 de fevereiro de 2014:

Snowden promete às autoridades da União Europeia que deixará à sua consideração o interesse na divulgação de documentos confidenciais nunca revelados.

16 de abril de 2020:

Snowden pede o prolongamento da sua autorização de permanência na Rússia por três anos.

18 de outubro de 2020:

Rússia emite autorização de residência permanente a Snowden.

26 de setembro de 2022:

Putin oferece a Snowden cidadania russa, tornando impossível a sua extradição para qualquer outro país.

Leia Também: "Efeito Snowden" trouxe o fim da privacidade dos governos

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