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Irão liberta dois cidadãos austríacos após anos de prisão por espionagem

O Governo da Áustria anunciou hoje a libertação de dois cidadãos nacionais, Kamran Ghaderi e Masub Mosaheb, após vários anos de prisão no Irão, a que foram condenados por espionagem.

Irão liberta dois cidadãos austríacos após anos de prisão por espionagem
Notícias ao Minuto

15:14 - 02/06/23 por Lusa

Mundo Irão

"Estou muito aliviado por finalmente podermos trazer Kamran Ghaderi e Masud Mosaheb de volta a casa, após anos de difícil cativeiro no Irão. Neste momento, estão a caminho da Áustria, onde as suas famílias os esperam", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) austríaco, Alexander Schallenberg, num comunicado.

Ghaderi e Mosaheb, ambos austríaco-iranianos, estavam detidos desde 2016 e 2019, respetivamente, e foram condenados a dez anos de prisão por terem espiado para os Estados Unidos, Israel, Alemanha e Reino Unido.

Segundo o diário austríaco Der Standard, Mosaheb viajou para o Irão para acompanhar uma delegação de um centro de investigação austríaco que tinha aberto uma delegação perto de Teerão quando foi detido.

Por sua vez, a mulher de Ghaderi garantiu, na altura, à emissora pública norte-americana Radio Free Europe que o marido era um empresário "sem qualquer ligação aos Estados Unidos".

O MNE austríaco aplaudiu o êxito de "anos de esforços diplomáticos", realizados com a ajuda da Bélgica e de Omã, que culminaram num "dia muito emocionante para todos".

"Quero agradecer à Embaixada da Áustria em Teerão os seus esforços incansáveis e estou especialmente feliz pelas famílias que tanto sofreram nos últimos anos. Agora, poderão abraçar os seus pais, maridos e avós em liberdade", concluiu Schallenberg, no comunicado divulgado na conta da rede social Twitter do ministério.

Um cidadão dinamarquês foi também libertado pelas autoridades da República Islâmica graças à intervenção dos serviços diplomáticos da Bélgica, anunciou, entretanto, o gabinete do primeiro-ministro belga, Alexander de Croo.

O transporte dos três prisioneiros europeus libertados está a ser feito via Omã até finalmente aterrarem na Bélgica, num aeroporto nos arredores de Bruxelas, lê-se no comunicado.

A identidade do cidadão dinamarquês não foi revelada, sabendo-se apenas que foi detido em novembro de 2022, durante os protestos que decorreram no Irão após a morte da jovem curda iraniana Mahsa Amini, três dias depois de brutalmente espancada na rua pela chamada polícia da moralidade por levar o véu mal posto, deixando parte do cabelo à vista.

Após informar os seus homólogos austríaco, Karl Nehammer, e dinamarquesa, Mette Fredriksen, da libertação dos respetivos cidadãos, o chefe do executivo belga publicou hoje no Twitter uma foto dos três reunidos, na quinta-feira, para abordar esta questão, à margem da cimeira de líderes da Comunidade Política Europeia, na Moldova.

A libertação destes três cidadãos europeus ocorre uma semana depois de o Irão ter também libertado o trabalhador humanitário belga Olivier Vandecasteele, detido no país desde fevereiro de 2022.

De Croo não esclareceu se esta libertação decorreu no âmbito de uma troca de prisioneiros com a República Islâmica, mas há um mês o Irão afirmou que "em breve" levaria a cabo uma operação desse tipo com a Bélgica.

Irão e Bélgica assinaram um pacto de troca de condenados, mas em dezembro passado o Tribunal Constitucional belga suspendeu a sua aplicação até se pronunciar sobre o recurso que organizações de opositores iranianos apresentaram contra o acordo.

No princípio de março deste ano, a alta instância judicial belga rejeitou o recurso que pedia a anulação do acordo e confirmou a sua constitucionalidade e, há duas semanas, a Bélgica solicitou formalmente ao Irão a entrega de Vandecasteele.

Por seu lado, Teerão há muito tempo que pede a Bruxelas a libertação do diplomata iraniano Assadollah Assadi, a cumprir na Bélgica uma pena de 21 anos de prisão por terrorismo, após condenação por tentativa de atentado contra uma reunião de opositores ao regime teocrático iraniano em 2018, em Paris.

O Irão foi acusado de usar prisioneiros com dupla nacionalidade e estrangeiros como forma de pressão ou para a troca de prisioneiros com outros Estados, uma prática designada como "diplomacia dos reféns" por outros países e organizações de defesa dos direitos humanos.

[Notícia atualizada às 17h01]

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