Washington, 02 jun 2023 (Lusa) -- Um ex-oficial dos serviços de informação da Força Aérea dos Estados Unidos foi condenado na quinta-feira a três anos de prisão, por manter documentos classificados em casa e noutros locais não autorizados.

Robert Birchum, de 55 anos, foi condenado no tribunal federal de Tampa, no estado norte-americano da Florida, de acordo com documentos judiciais citados pela agência Associated Press (AP).

Terá ainda de pagar uma multa de 25.000 dólares (cerca de 23.200 euros).

Este ex-tenente-coronel declarou-se culpado em fevereiro de possuir e reter ilegalmente documentos confidenciais relacionados com a defesa nacional dos EUA.

De acordo com a confissão, Birchum, que se aposentou em 2018, ocupou vários cargos nos serviços de informações ao longo da sua carreira de 29 anos, lidando inclusive com informações classificadas para o Comando Conjunto de Operações Especiais e Gabinete do Diretor Nacional de Serviços de Informações.

Em 2017, polícias descobriram que Birchum retirou conscientemente mais de 300 arquivos ou documentos classificados, incluindo mais de 30 itens marcados como ultrassecretos, de locais autorizados, segundo a acusação.

Birchum guardou estes materiais classificados em casa, em alojamentos para oficiais e numa cápsula de armazenamento na sua garagem.

Os procuradores salientaram que Birchum possuía dois documentos num dispositivo de armazenamento portátil encontrado em sua casa que continham informações relacionadas com recursos e métodos de recolha da Agência de Segurança Nacional e sobre vulnerabilidades dos alvos.

Não houve indicação por parte dos investigadores de que Birchum tenha distribuído este material classificado.

O ex-presidente dos EUA Donald Trump também viu as autoridades recuperarem milhares de documentos, a maioria destes sigilosos, da sua mansão em Mar-a-Lago (Florida), em agosto de 2022, sendo que o republicano alegou que desclassificou toda aquela informação quando ainda era Presidente.

As autoridades norte-americanas também descobriram documentos classificados guardados pelo atual chefe de Estado norte-americano, Joe Biden, nomeadamente em sua casa e numa universidade, ambas no Delaware, e no seu antigo escritório, em Washington, sendo que neste caso quer a Casa Branca, quer o próprio Biden sublinharam a sua total disposição para colaborar nas investigações.

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