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Parlamento francês regula "selva" de atividades dos influencers

O parlamento francês aprovou hoje um diploma destinado a regular a "selva" de atividades dos 'influencers', estimados em 150.000 em França, para combater abusos nas redes sociais, como promoção paga de produtos perigosos ou fraude.

Parlamento francês regula "selva" de atividades dos influencers
Notícias ao Minuto

17:56 - 01/06/23 por Lusa

Mundo França

"A lei da selva acabou", declarou o deputado socialista Arthur Delaporte após a aprovação definitiva da nova legislação.

O novo diploma "protegerá os consumidores, em especial os mais jovens", disse Stéphane Vojetta, deputado ligado ao partido presidencial, Renascimento.

Depois da Assembleia Nacional (câmara baixa do parlamento francês), na quarta-feira, foi hoje outra unanimidade, de 342 senadores de todos os quadrantes políticos, que determinou a aprovação do texto no Senado, a câmara alta do parlamento.

As atividades de uma parte dos 150.000 'influencers' colocaram-nos na mira dos críticos: queixosos iniciaram ações coletivas, um estudo arrasador foi divulgado pelo departamento de combate à fraude e o 'rapper' francês Booba desempenhou também um papel de caixa-de-ressonância, com os ataques que publicou nas redes sociais.

Empresas como a Meta (dona das redes sociais Facebook e Instagram) apagaram as contas de uma série de 'influencers', entre as quais as de um casal, conhecido como casal Blata, alvo de uma ação coletiva por alegada burla em grande escala.

O texto agora aprovado propõe-se definir juridicamente os 'influencers', proíbe a promoção de algumas práticas, como a cirurgia estética, e interdita ou regulamenta fortemente a promoção de diversos dispositivos médicos.

Incide igualmente sobre as apostas desportivas e o jogo a dinheiro: os 'influencers' deixarão de poder fazer publicidade a apostas em resultados desportivos, e a promoção de jogos de azar a dinheiro ficará limitada a plataformas com meios técnicos (através de vídeo) para impedir o acesso a menores.

As penas previstas em caso de incumprimento vão até dois anos de prisão efetiva e 300.000 euros de multa.

A proposta de lei adotada proíbe também a aparição, em vídeos de 'influencers', de animais cuja propriedade é interdita.

E quando imagens promocionais, por exemplo de produtos cosméticos, forem digitalmente retocadas para as tornar mais atrativas, passa a ser obrigatório haver uma referência a esse facto.

Uma vez que muitos 'influencers' franceses de sucesso trabalham a partir do estrangeiro -- do Dubai, por exemplo -, o diploma impõe àqueles que exercem a sua atividade fora da União Europeia (UE), da Suíça ou do Espaço Económico Europeu que façam um seguro civil na UE.

O objetivo expresso dessa medida é criar meios para indemnizar potenciais vítimas, e os 'influencers' deverão ainda nomear um representante legal na UE.

Leia Também: Influencers dão macaco e banana a crianças negras. Polícia investiga

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