O líder da república russa da Chechénia, Ramzan Kadyrov, apelou a uma "vingança em todo o sentido da palavra", após um alegado ataque ucraniano contra Moscovo. No entanto, foi alertado pela Ucrânia de quem "matou e destruiu" os chechenos.
Numa publicação na plataforma Telegram, na terça-feira, Kadyrov culpou "o regime de Kyiv" pelo ataque que causou dois feridos ligeiros e danos em vários edifícios, acusando a Ucrânia de "terrorismo".
"Mostrar-vos-emos o que é a vingança no sentido pleno da palavra", assegurou.
O presidente russo, Vladimir Putin, acusou na terça-feira a Ucrânia de terrorismo e de tentar aterrorizar a população russa, após um ataque sem precedentes com drones contra a região de Moscovo.
O Ministério da Defesa russo disse que oito dispositivos estiveram envolvidos no ataque, dos quais cinco foram abatidos pela defesa antiaérea e três foram neutralizados por meios eletrónicos, segundo a agência oficial TASS.
Após a 'ameaça', o secretário da Segurança Nacional e do Conselho de Defesa da Ucrânia, Oleksiy Danilov, afirmou que "Kadyrov deveria vingar-se de Moscovo e de Putin pessoalmente, e não ameaçar a Ucrânia".
"Foram os russos que mataram e destruíram os chechenos. Foram os russos que trouxeram séculos de escravatura, milhares de mulheres e crianças assassinadas e torturadas, a destruição da cidade e os túmulos profanados dos antepassados para a terra chechena", acusou.
Kadyrov should take revenge on moscow and putin personally, and not threaten Ukraine. It was the russians who killed and annihilated Chechens. It was the russians who brought centuries of slavery, thousands of murdered and tortured women and children, destroyed cities and…
— Oleksiy Danilov (@OleksiyDanilov) May 31, 2023
"Não foram os ucranianos que arrasaram Grozny [capital da Chechénia] e os seus pacíficos habitantes com tanques, foram os tanques russos. O povo checheno lembra-se disso e, para aqueles que se esqueceram, é tempo de se lembrarem!", acrescentou.
A Chechénia, uma república autónoma de maioria muçulmana do Cáucaso russo, foi palco de confrontos, nas décadas de 1990 e 2000, entre guerrilheiros e o exército russo, provocando dezenas de milhares de mortos.
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