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PM do Kosovo recusa retirar autarcas do norte apesar das tensões

O primeiro-ministro do Kosovo, Albin Kurti, manifestou hoje o seu total apoio aos autarcas albaneses no norte do país, cuja legitimidade a comunidade sérvia não reconhece e levou a protestos que causaram feridos.

PM do Kosovo recusa retirar autarcas do norte apesar das tensões
Notícias ao Minuto

21:56 - 30/05/23 por Lusa

Mundo Kosovo

Kurti referiu, numa mensagem de vídeo publicada na rede social Facebook, que os autarcas são os únicos que têm legitimidade para estar nas instalações municipais e ao serviço dos cidadãos.

"É por isso que eles têm o nosso apoio total, incondicional e contínuo", assegurou o primeiro-ministro kosovar.

Os autarcas de quatro municípios onde os sérvios são maioritários foram eleitos em abril passado, numas eleições boicotadas por aquela comunidade e que teve uma participação de apenas 3%.

Na sexta-feira, a polícia kosovar usou a força contra os manifestantes sérvios para permitir que os autarcas albaneses kosovares tomassem posse.

Os protestos dos sérvios continuam desde segunda-feira, para exigir que Pristina retire dos municípios a polícia especial e os autarcas cuja autoridade não reconhecem.

As tensões levaram a confrontos esta segunda-feira entre manifestantes sérvios e a força da NATO no Kosovo, que resultou em 50 manifestantes e 30 soldados feridos.

Albin Kurti acusou grupos extremistas e criminosos instruídos por Belgrado da violência e adiantou que as instituições kosovar intensificaram os seus contactos com os parceiros internacionais de forma a apaziguar a situação.

A Sérvia acusa o governo de Pristina de discriminar e agir com violência contra a comunidade sérvia no Kosovo.

O embaixador dos EUA no Kosovo, Jeffrey Hovenier, culpou hoje o governo kosovar pelo "ambiente de crise" no norte.

O norte-americano pediu a Pristina que os autarcas exerçam o seu cargo em instalações alternativas e que os polícias especiais se retirem dos municípios, considerando estas medidas como essenciais para diminuir as tensões.

Entretanto, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, anunciou hoje que a organização enviou mais 700 militares para o Kosovo para ajudar a reprimir os protestos violentos e colocou outro batalhão de prevenção para o caso de os distúrbios alastrarem.

"Decidimos destacar mais 700 soldados da força de reserva operacional para os Balcãs Ocidentais e pôr mais um batalhão de forças de reserva em alerta elevado para que possa ser enviado se necessário. Estas são as medidas prudentes", disse Stoltenberg à imprensa em Oslo, após uma reunião com o primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Store.

A composição de um batalhão oscila habitualmente entre 300 e cerca de 1.000 militares.

A Sérvia nunca reconheceu a independência proclamada em 2008 pela sua antiga província e as tensões surgem regularmente entre Belgrado e Pristina. Cerca de 120.000 sérvios vivem no Kosovo, cerca de um terço destes no norte do território.

Os dois países estão a negociar a normalização das suas relações com base num novo plano da UE, apoiado por Washington, num processo com frequência interrompido pela ocorrência de confrontos.

Leia Também: NATO envia mais 700 militares para reprimir protestos violentos no Kosovo

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