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EUA acusam Kosovo de violência no conflito com a comunidade sérvia

Os Estados Unidos condenaram hoje o recurso à violência por parte de Pristina para forçar a entrada em três autarquias do norte do Kosovo, cujos edifícios foram bloqueados pela minoria sérvia que não reconhece as autoridades locais.

EUA acusam Kosovo de violência no conflito com a comunidade sérvia
Notícias ao Minuto

18:40 - 26/05/23 por Lusa

Mundo EUA

"Os Estados Unidos condenam a ação em curso das autoridades kosovares para entrar em edifícios municipais no norte do Kosovo. As ações violentas de hoje devem parar imediatamente", escreveu o embaixador dos Estados Unidos em Pristina, Jeffrey Hovenier, na rede social Twitter.

Também no Twitter, a missão das Nações Unidas no Kosovo (UNMIK) manifestou "grande preocupação" face aos acontecimentos e afirmou estar a acompanhar a situação no norte do Kosovo, apelando a todas as partes para que cessem os atos de violência.

A polícia do Kosovo utilizou hoje gás lacrimogéneo e bombas paralisantes para dispersar manifestantes sérvios que tentavam impedir o acesso a edifícios municipais dos presidentes de câmara das cidades de Zvecan, Zubin Potok e Leposavic, de maioria albanesa, eleitas em abril em eleições boicotadas pela comunidade sérvia.

Os meios de comunicação social locais referem que se registaram confrontos entre a polícia e os sérvios, uma minoria no Kosovo mas o grupo maioritário no norte do Kosovo, e que um carro da polícia foi incendiado.

Pelo menos dez pessoas foram hospitalizadas com ferimentos ligeiros provocados por inalação de gás ou hematomas.

Em resposta aos confrontos, e numa declaração escrita transmitida pela televisão estatal RTS, o Presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, disse que colocou o exército num "estado de alerta mais elevado". 

Vucic disse também que ordenou a deslocação "urgente" das tropas sérvias para a fronteira com o Kosovo.

O Presidente sérvio vai participar em Belgrado numa manifestação de apoio ao regime que lidera, depois de incidentes no início deste mês que provocaram a morte de 18 pessoas e ferimentos noutras 20.

Os meios de comunicação social locais referiram também que, devido à "violência" contra os sérvios do Kosovo, Vucic exigiu que as tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) aí estacionadas os protejam da polícia.

As eleições antecipadas de 23 de abril foram largamente boicotadas pela etnia sérvia e só foram eleitos representantes da etnia albanesa ou de outras minorias mais pequenas para os cargos de presidente da câmara e para as assembleias.

No entanto, foram realizadas eleições locais em quatro comunas dominadas pelos sérvios no norte do Kosovo, depois de os representantes sérvios terem abandonado os cargos em 2022 em protesto contra a criação de uma associação que passou a coordenar o trabalho em matéria de educação, cuidados de saúde, ordenamento do território e desenvolvimento económico a nível local.

Com os sérvios de etnia kosovar a exigir autonomia, os albaneses do Kosovo receiam que a associação se transforme num novo ministério, como a República Srpska na Bósnia.

Um acordo de 2013 entre Pristina e Belgrado sobre esse plano foi posteriormente declarado inconstitucional pelo Tribunal Constitucional do Kosovo, que considerou que não incluía outras etnias e que poderia implicar a utilização de poderes executivos para impor leis.

Leia Também: Sérvia anuncia boicote no Conselho da Europa por causa do Kosovo

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