Rússia analisará propostas do Brasil e africanos (quando as apresentarem)

O chefe da diplomacia russa disse que Moscovo está pronto a estudar as propostas de paz apresentadas pelos países africanos e pelo Brasil, embora não conheça detalhes, ao contrário do Ocidente, que, acusou, só aceita o plano de Kyiv.

Serguei Lavrov,

© Reuters

Lusa
17/05/2023 13:26 ‧ 17/05/2023 por Lusa

Mundo

Ucrânia

"Há outras iniciativas de paz (além da apresentada pela China), a do Brasil e a do Presidente da África do Sul. Em ambos os casos, respondemos aos apelos dos nossos amigos latino-americanos e africanos que estamos dispostos a estudar as suas propostas", declarou Serguei Lavrov, numa conferência de imprensa com o seu homólogo bielorrusso, Serguei Alleynik.

O chefe da diplomacia russa considera que estas propostas, para tentar pôr fim ao conflito armado desencadeado pela Rússia na Ucrânia, são iniciativas "geradas pelo desejo sincero de ajudar a estabilizar a ordem mundial".

"Até agora, ao contrário dos nossos vizinhos chineses, não recebemos nenhum documento dos brasileiros ou dos africanos", esclareceu.

O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, anunciou na terça-feira que uma missão de paz liderada por seis dirigentes africanos vai partir "o mais rapidamente possível" para a Ucrânia e a Rússia para tentar "encontrar uma solução pacífica para o conflito devastador".

O Presidente russo, Vladimir Putin, e o chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky "concordaram em receber a missão e os chefes de Estado africanos em Moscovo e em Kiev", disse Ramaphosa numa conferência de imprensa na Cidade do Cabo.

Para além da África do Sul, a missão incluirá o Senegal, a Zâmbia, o Congo, o Uganda e o Egito, adiantou o chefe de Estado sul-africano.

O chefe da diplomacia russa sublinhou que Moscovo está aberto aos "contactos" quando essas propostas forem apresentadas porque "é do interesse da Rússia transmitir a sua posição ao maior número dos seus parceiros em todos os continentes".

Lavrov sublinhou que, na iniciativa chinesa, de 12 pontos, "as principais premissas são de natureza sistémica e global: a necessidade de respeitar e cumprir integralmente e sem dois pesos e duas medidas os princípios das Nações Unidas, a necessidade de aprovar a nível global os princípios da indivisibilidade da segurança".

Além disso, sublinhou que a China descreve como inadmissíveis as sanções unilaterais, que não estão previstas pelas Nações Unidas.

Segundo o ministro russo, os países do sul "votaram, mas não aderiram às sanções, apenas para que os deixem em paz", considerando que "quando alguém tem razão não precisa usar sanções para chantagear, ameaçar ou punir os outros para que concordem consigo".

O Ocidente "está errado, não tem razão", afirmou Lavrov citado pela agência russa TASS, acrescentando que se esses países são "grandes democracias, então devem deixar que os outros tomem as suas próprias decisões".

Lavrov salientou que a Europa, tal como os Estados Unidos, não esconde a sua atitude em relação à iniciativa chinesa, que se resume em "se a Rússia disse que pode ser debatida, não funciona".

Leia Também: AO MINUTO: "Temos de esperar"; Aliados da Rússia "desconfortáveis"?

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas