O aumento dos preços tem sido uma constante nos últimos tempos, e, apesar de todas as medidas que - em Portugal e no mundo - têm vindo a acontecer para que esta subida não impacte tanto a vida dos cidadãos, há casos em que estas ajudas não chegam.
A Sky News falou com uma família, no Reino Unido, que contou que o aumento da inflação fez com que começassem a roubar leite em pó para o seu filho. O casal, que não quis ser identificado, referiu que antes de começar a roubar, reduzia mesmo a quantidade de produto, forma a rentabilizá-lo.
"Estava a tentar fazer com que o leite durasse, então não estava a colocar tanto pó quanto é aconselhado", explicou o progenitor, acrescentando que chegou a um momento em que disse: "Que se lixe. Vou só roubar".
Ao longo das últimas semanas, o homem pensou como poderia evitar problemas com a segurança, e contou à publicação britânica que a sua forma 'ideal' de roubar é que fazer compras no valor de cerca de 20 libras, quase 23 euros, e esconder o produto em questão.
O pai explicou que nem sempre resulta, e que houve uma vez em que foi abordado por seguranças, que lhe perguntaram o que tinha no saco - e que não tinha passado. "Algumas coisas que roubei. Se tivesse dinheiro para as pagar, pagava", foi o que lhes respondeu.
O homem já chegou mesmo a ser levado para a esquadra e depois libertado. Já a mãe da criança diz que esta situação a deixa sempre stressada, mas que estão "realmente desesperados". A mulher tentou amamentar a criança, mas conta que não resultou, o que significa que nestes primeiros meses de vida, esta é a única forma de alimentar o bebé.
Este referiu ainda que outra das formas quem tem para arranjar produto para o bebé é comprar este produto roubado. De acordo com o que contou, já chegou a comprar o leite em pó a um terço do preço. "É de marca. Não vou a um beco para comprar leite em pó que alguém fez", explicou.
De acordo com a Sky News, o preço da marca mais barata de leite em pó aumentou em 45% nos últimos dois anos. No mesmo período, outras marcas aumentaram entre os 17% e os 31%.
"As pessoas não deviam ter de enfrentar estas estas escolhas quando estão, simplesmente, a tentar alimentar o seu bebé de forma segura. Isto não deveria acontecer no Reino Unido do séc. XXI", explicou à imprensa britânica a responsável os Serviços de Aconselhamento de Grávidas no Reino Unido (tradução livre de British Pregnancy Advice Service).
A responsável desta organização, Clare Murphy, referiu ainda que esta é uma das questões que contribuiu para que se fique "à beira de uma crise de saúde pública".
Também as organizações de ajuda tiveram uma palavra a dizer neste artigo da Sky News, referindo que as pessoas "estão a fazer coisas que não são seguras". Uma destas organizações referiu que as pessoas estão a mudar os tipos de fórmulas que escolhem, o que pode não ser bom para a digestão.
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