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Apostas além-jogo. Operadora de Macau quer mais intercâmbio com Portugal

A diretora executiva da operadora de casinos SJM disse que a aposta no segmento não-jogo, imposta pelo Governo de Macau, "não é necessariamente um problema" e que o intercâmbio cultural com Portugal faz parte dos planos.

Apostas além-jogo. Operadora de Macau quer mais intercâmbio com Portugal
Notícias ao Minuto

07:38 - 06/05/23 por Lusa

Mundo Macau

A aposta em elementos não-jogo e visitantes estrangeiros são duas das exigências estabelecidas no concurso público para a atribuição de licenças de jogo pelas autoridades de Macau, que esperam assim diversificar a economia do território, fortemente dependente das receitas dos casinos.

"Isto não é necessariamente um problema para as operadoras de resorts integrados que podem acrescentar atividades não-jogo para explorar o que ainda é um mercado de potencial enorme", disse à Lusa a diretora executiva da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), Daisy Ho.

Em resposta a uma entrevista por escrito, a empresária e filha do magnata do jogo Stanley Ho (1921-2020) afirmou ser esperado que o segmento não-jogo "cresça mais rápido do que o do jogo, devido à política reguladora e à dinâmica do mercado".

A SJM antecipou em dezembro um investimento de 14,03 mil milhões de patacas (1,57 mil milhões de euros) para os próximos dez anos - prazo das concessões -, sendo que cerca de 12 mil milhões (1,34 mil milhões de euros) destinam-se a atividades fora do casino.

Pelas mãos da SJM vão nascer três espaços museológicos: um sobre a história do Hotel Lisboa, propriedade da empresa, outro sobre a história do jogo em Macau e ainda um espaço que versa sobre a cultura do jogo local - este último no antigo casino flutuante Palácio de Macau, que será restaurado e transformado num projeto que une restauração, compras, jogos e exposições culturais.

A SJM vai apostar ainda na revitalização da zona do Porto Interior e da avenida Almeida Ribeiro, no centro histórico de Macau, além da organização de eventos desportivos e abertura de novos estabelecimentos de restauração para "ampliar a liderança" da empresa neste setor.

Nos planos da mais antiga concessionária de jogo de Macau, salientou Daisy Ho à Lusa, está ainda "a promoção de mais intercâmbios entre Portugal e Macau", nomeadamente "trazendo atuações culturais e exposições artísticas a Macau".

"Também estamos empenhados em promover o ensino da língua portuguesa na China [continental] e patrocinámos o programa de língua portuguesa organizado pelo Instituto Camões", frisou.

Neste âmbito, o primeiro protocolo foi assinado em 2019, altura em que a Sociedade de Jogos de Macau se tornou na primeira empresa na Ásia com o estatuto de Empresa Promotora da Língua Portuguesa. Em março deste ano, as duas partes renovaram o acordo por mais quatro anos.

Já no que diz respeito ao investimento em Portugal, Daisy Ho notou que este cabe à empresa mãe, a Sociedade de Turismo e Diversões de Macau. "O nosso foco, no presente, é Macau", afirmou.

Em relação ao futuro, notou a responsável, "com o passar da pandemia", o crescimento económico do território "vai continuar a ser extremamente elevado". E acrescentou: "Nos próximos um ou dois anos, esperamos que, à medida que o nível de atividade económica alcance o estado pré-pandémico, as taxas de crescimento estabilizem a uma escala moderada e saudável"

As operadoras em Macau acumularam prejuízos sem precedentes devido à pandemia da covid-19, que levou à imposição de rigorosas medidas de prevenção e controlo da doença, incluindo o encerramento dos casinos, e a uma acentuada queda do número de visitantes.

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