As autoridades beninenses raramente comunicam sobre os ataques que atingem o norte do país, onde o exército tenta repelir as incursões de grupos terroristas alicerçados no vizinho Burkina Faso.
Segundo fontes locais e de segurança, contactadas pela agência France-Presse, sete aldeões da cidade de Kerou foram abatidos por homens armados, na noite de segunda-feira, e muitos outros desapareceram na sequência deste ataque.
No dia seguinte, foi a comuna de Banikoara, também no norte, que foi atacada e três civis foram mortos, segundo as fontes.
Na quarta-feira, durante uma conferência de imprensa, o porta-voz do Governo, Wilfried Houngbedji, apresentou, em nome do Presidente, as suas condolências às "famílias enlutadas" após "esta tragédia".
O porta-voz não deu pormenores sobre os ataques, mas disse: "Quando estes criminosos tentam ganhar terreno e não conseguem porque há uma resposta (...) das forças de defesa e de segurança, tentam desmoralizar a população realizando operações de represália desta natureza, tão macabras".
Os atacantes querem "chocar a população e fazê-la acreditar que a resposta da segurança não está à altura e que só se salvará se se unir à sua causa", acrescentou.
Mais tarde, Houngbedji confirmou que tinham morrido cerca de 15 pessoas.
"Esta tragédia mostra-nos que se trata de um desafio permanente", afirmou durante a conferência de imprensa, lamentando que "uma falha na cadeia de operações" tenha impedido as forças de segurança de se mobilizarem "de forma preventiva".
"O Presidente pediu o envio de uma missão de inquérito ao terreno para avaliar as circunstâncias reais da ocorrência desta tragédia", avançou.
As regiões setentrionais do Benim, do Togo e do Gana estão a ser atacadas e invadidas por grupos terroristas que prosperam no Sahel, nomeadamente no Burkina Faso, e procuram deslocar-se para sul.
O Togo afirmou recentemente que cerca de 100 civis e 40 soldados foram mortos desde os primeiros ataques, no final de 2021.
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