Uma ex-professora de uma escola de Praga, na República Checa, vai ser julgada por ter "transmitido desinformação russa" aos seus alunos sobre a guerra na Ucrânia. Segundo avançou, esta quinta-feira, a BCC, o caso remonta a abril de 2022, quando Martina Bednarova disse aos alunos que "não havia guerra" em Kyiv, na Ucrânia.
Ainda de acordo com a BBC, que cita o jornal checo Pravo, a professora disse aos alunos, com idades entre os 13 e os 14 anos, que os soldados ucranianos "neonazis" estavam a assassinar os falantes de língua russa, incluindo crianças, no Donbass, desde 2014.
Bednarova alegou que tinha tido acesso a imagens de uma webcam, que mostravam que Kyiv não era palco de confrontos e que a situação na capital ucraniana era pacífica. Após alguns alunos contestarem as informações e explicado que haviam visto imagens de Kyiv "a arder" na estação pública de televisão checa, a professora disse que os adolescentes deviam procurar informação em fontes alternativas.
Segundo alegou Bednarova, a televisão checa seria controlada por um grupo de meios comunicação social ligado ao bilionário húngaro-americano George Soros, que nasceu na Hungria, em 1930, numa família judaica, sobreviveu ao Holocausto e é conhecido por apoiar causas públicas, nomeadamente de índole liberal.
O caso foi denunciado por um aluno, que gravou os comentários da professora e os mostrou aos pais. A mulher foi demitida e, perante a justiça, acusada do crime de negar, pôr em causa, aprovar ou justificar um genocídio.
Poderá ser condenada a uma pena de entre seis meses a três anos de prisão. No entanto, defende que as gravações do aluno foram retiradas fora do contexto e afirma estar inocente.
Leia Também: Moscovo retalia e recusa visto consular a jornalista Evan Gershkovich