Um casal norte-americano foi condenado a prisão perpétua, na terça-feira, por torturarem e assassinarem o filho de dez anos da mulher, além de terem abusado de outras duas crianças, no estado da Califórnia.
O caso remonta a junho de 2018, quando a mãe, Heather Barron, chamou as autoridades para prestar socorro à criança, Anthony Avalos, contando que tinha ficado ferido numa queda. O menino foi levado para unidade hospitalar, onde morreu no dia seguinte, com os médicos a considerarem que a criança estava subnutrida e desidratada.
As autoridades identificaram mais tarde vários indícios de tortura sobre a criança e, citados pela Associated Press, os procuradores afirmaram que o menino foi intencionalmente morto por Barron, de 33 anos, e o seu namorado, Kareem Leiva, de 37.
Alertamos que algumas das práticas descritas pela justiça norte-americana podem chocar alguns dos leitores mais sensíveis.
Avalos, que o tribunal considerou ser uma criança "indefesa", foi agredida com um cinto juntamente com as outras crianças, atirado contra o mobiliário da casa, queimado com pontas de cigarros e o casal negou-lhe várias vezes comida e água (prática que motivou a ida ao hospital) ou, às vezes, era alimentado à força.
A acusação referiu ainda que Leiva atirou molho picante para a cara das crianças, forçava-as a lutar umas com as outras (castigando as que perdessem) e obrigava-as a permanecer de joelhos em cima de cimento, de pregos ou de arroz cru, até que caíssem.
A própria Heather Barron, que levava a cabo muitas das agressões, admitiu em tribunal que foi abusada sexualmente pelo companheiro, e argumentou que não conseguiu impedir a tortura sobre as crianças.
O caso chegou ao pai de Avalos (e de outras três crianças, incluindo as duas que foram torturadas e sobreviveram), que processou o departamento de serviços familiares do condado de Los Angeles por ignorar ou desvalorizar 13 queixas, apresentadas por familiares, professores e até polícias, contra o casal.
Em 2022, a justiça multou o condado de Los Angeles a pagar uma indemnização de 32 milhões de dólares (cerca de 28,9 milhões de euros), constatando-se que a agência nunca tentou retirar a criança da custódia da mãe e do namorado.
Leia Também: Irmã de Kawhi Leonard condenada a prisão perpétua por assassinar idosa