"A minha família está muito preocupada com a deterioração da sua saúde. Tem feito tratamentos há vários anos aqui em Lima e nos Estados Unidos", afirmou Pedro Toledo à entrada da Diretoria de Aviação Policial (DIPA) de Callao, província vizinha de Lima, onde se situa o aeroporto da capital peruana, refere a agência EFE.
Nesse sentido, acrescentou, tem "conversado continuamente" com o irmão e sublinhou que "o seu estado de saúde não é nada bom".
"Temos conhecimento que tem um cancro e outras doenças más. É próprio da idade, mas terá de se apresentar à justiça", rematou.
Alejandro Toledo é suspeito de lavagem de dinheiro por alegadamente ter solicitado e recebido 35 milhões de dólares da Odebrecht, uma construtora do Brasil, para entregar a concessão para a construção de vários pontos da rodovia Interoceânica Sul.
No entanto, o processo que já está em fase inicial de acusação é o caso Ecoteva, pelo qual está a ser investigado por direcionar alegados subornos da Odebrecht para as contas de várias empresas, criadas por 'testas de ferro', para a aquisição de imóveis no Peru .
Toledo será hoje submetido a um processo judicial de identificação no DIPA, além de exames de Medicina Legal para verificar o seu estado de saúde.
O ex-governante chegou hoje a Lima vindo de Los Angeles sob a vigilância de agentes da Interpol, que o entregaram à polícia e procuradores peruanos, segundo imagens difundidas por televisões do Peru, adiantou a agência France-Presse.
Toledo, de 77 anos, governou o Peru de 2001 a 2006, e era procurado pela justiça peruana desde 2018.
Na sexta-feira, o ex-governante, que residia há vários anos nos Estados Unidos, apresentou-se no tribunal de São José, na Califórnia, para ser detido com vista à sua extradição, depois de ter esgotado todos os recursos possíveis contra esta decisão.
No Peru, depois de comparecer perante um juiz e ser submetido a um exame médico, Alejandro Toledo deverá ser detido na prisão de Barbadillo, situada no interior do quartel da Direção de Operações Especiais da Polícia, onde estão detidos os ex-presidentes Pedro Castillo (2021-2022) e Alberto Fujimori (1990-2000).
Toledo será mantido em prisão preventiva por 18 meses a aguardar a abertura do seu processo.
O ex-presidente foi detido em 2019 nos Estados Unidos, onde morava, depois de ter trabalhado na Universidade de Stanford.
Inicialmente foi colocado em prisão domiciliária na sua casa em São Francisco, com a obrigação de usar pulseira eletrónica.
Alegando inocência, o ex-governante tentou vários recursos para evitar a extradição. O último possível foi rejeitado na quinta-feira.
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