As conclusões do Exército israelita foram apresentadas um dia depois de helicópteros e caças da Força Aérea terem sido mobilizados para intercetar o 'drone', quando este entrou em território israelita, procedendo da Síria.
Não se registaram vítimas no incidente, mas este contribuiu para intensificar a já elevada tensão entre os dois países arqui-inimigos.
A interceção ocorreu pouco depois de a imprensa estatal iraniana ter noticiado que um conselheiro iraniano ferido num ataque aéreo israelita à Síria durante o fim de semana tinha sucumbido aos seus ferimentos, tornando-o o segundo conselheiro iraniano alegadamente morto por Israel nos últimos dias.
Na semana passada, a Grécia anunciou a detenção de dois operacionais paquistaneses que disse estarem a planear um ataque a um centro judaico em Atenas. Israel afirmou que o Irão era o autor dessa conspiração.
O exército israelita declarou hoje que uma análise preliminar determinou que o 'drone' intercetado é iraniano, acrescentando que os seus fragmentos estão ainda a ser recolhidos e examinados.
Desde o início da guerra civil na Síria, em março de 2011, o Irão tem sido um dos principais apoiantes do Governo do Presidente sírio, Bashar al-Assad, e enviou conselheiros e outra assistência ao líder sírio.
Durante a guerra síria, Israel realizou dezenas de ataques aéreos ao país vizinho, a maioria dos quais destinada a destruir alvos iranianos ou supostos carregamentos de armamento para o Hezbollah e outros grupos apoiados por Teerão que enviaram tropas para apoiar Assad.
Israel considera o Irão o seu maior inimigo, devido à retórica hostil do país, ao seu apoio a grupos extremistas como o Hezbollah e ao seu programa nuclear suspeito, embora Teerão negue as acusações ocidentais de que está a tentar construir bombas nucleares.
Israel parece ter recentemente intensificado as suas atividades na Síria, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), uma entidade de monitorização da guerra ligada à oposição que afirma que Israel já bombardeou a Síria nove vezes desde o início deste ano.
As Forças Armadas israelitas raramente admitem ter realizado ataques individuais, mas, no domingo, a agência estatal síria, SANA, noticiou, citando fontes militares, que ataques israelitas bombardearam alvos na cidade de Homs e na zona rural em volta e que a defesa antiaérea síria intercetou os mísseis e abateu alguns deles.
O OSDH indicou que os mísseis tinham como alvo instalações militares sírias e de milícias ligadas ao Irão, incluindo um centro de investigação.
Horas depois, no domingo, o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, falou da Síria durante uma visita a soldados na Cisjordânia ocupada, mas não confirmou diretamente os recentes bombardeamentos.
"Não permitiremos que os iranianos e o Hezbollah nos causem danos. Não o permitimos no passado, não o permitiremos agora ou em algum momento no futuro", sustentou Gallant, acusando o Irão de procurar reforçar a sua presença ao longo das fronteiras israelitas.
"Quando necessário, expulsá-los-emos da Síria para onde pertencem -- que é no Irão", frisou o ministro da Defesa de Israel.
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