Milhares de pessoas reivindicam referendo sobre monarquia

Dezenas de milhares de pessoas concentraram-se hoje no centro de inúmeras localidades espanholas, com destaque para as duas maiores cidades, Madrid e Barcelona, exigindo um referendo sobre a monarquia.

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Lusa
03/06/2014 06:05 ‧ 03/06/2014 por Lusa

Mundo

Espanha

Fontes policiais indicam que pouco depois das 21:00 (20:00 em Lisboa) estavam concentradas mais de 20 mil pessoas na Puerta do Sol, no centro de Madrid, e nas ruas de acesso ao ponto que se tornou famoso como palco dos protestos da cidadania espanhola.

"Espanha, mañana, será republicana", era uma das frases mais repetidas na praça onde continuam a chegar pessoas. "Referendo já", lê-se em muitos cartazes. Um protesto idêntico juntou milhares de pessoas na Praça da Catalunha, no centro de Barcelona, onde além das bandeiras tricolores (vermelhas, amarelas e roxas) da 2ª republica se viam bandeiras independentistas catalães e cartazes a favor da independência na Catalunha.

"Volem votar 9N", (queremos votar a 9N), lia-se em catalão, num grande cartaz que fazia referência à consulta de autodeterminação e que dominava o protesto onde outros cartazes clamavam contra a monarquia: "Felipe, querido, ninguém te elegeu".

Durante as manifestações multiplicaram-se os 'tweets' e as partilhas de informações relativas ao referendo, com o 'tag' IIIrepublica a tornar-se um dos mais citados no mundo, a par de 'tags' como elreyabdica e filipeVI.

Não foi pedida autorização às Delegações do Governo para a realização dos protestos pelo que são, formalmente, considerados ilegais.

Os protestos, marcados para várias localidades espanholas e várias cidades europeias, incluindo o Porto e Lisboa, foi convocado de forma espontânea, pelas redes sociais depois do presidente do Governo anunciar a decisão de Juan Carlos abdicar da coroa espanhola.

"Depois da abdicação do rei da Espanha, o seu filho mais velho (e masculino) será declarado o novo Rei, por herança. Dada esta anormalidade democrática, as redes sociais responderam convocando protestos em todo o país para pedir um referendo sobre a monarquia", refere uma das notas distribuídas.

"Após 39 anos de falsa democracia, após 39 anos de monarquia, cai o bipartidarismo e cairá a monarquia. Agora chegou o tempo de um processo constitucional e uma democracia real", explica.

Entre os manifestantes em Madrid estiveram líderes de várias forças políticas que apoiam a realização de um referendo sobre o futuro modelo de Estado em Espanha, incluindo Cayo Lara, responsável da Esquerda Unida (IU).

"Fiquei com o cabelo branco à espera da República. Ainda não chegou mas hoje está mais próxima com a abdicação do rei. Estamos a reivindicar que chegou o momento de dar a palavra ao povo", disse Lara, aos jornalistas no local.

Esteve ainda presente o co-portavoz federal da plataforma Equo, Juantxo López de Uralde.

O trânsito nos acessos à praça foi cortado cerca das 20:00 locais (19:00 em Lisboa) e os manifestantes estão a ser observados por vários agentes das forças de segurança que se instalaram em frente à sede do Governo regional de Madrid.

A par dos protestos estão a ser partilhadas pelas redes sociais duas petições a favor de um debate parlamentar sobre o futuro modelo de Estado em Espanha e da realização de um referendo sobre a monarquia que tinham, oito horas depois da abdicação de Juan Carlos, reunidas mais de 120 mil assinaturas.

O rei de Espanha, Juan Carlos de Borbón y Borbón, 76 anos, anunciou hoje a sua vontade de entregar a coroa ao filho, Felipe, depois de um reinado de 39 anos, um dos mais longos da história, para dar a vez a uma nova geração "que reclama um papel de protagonismo".

"Para os efeitos constitucionais procedentes, adjunto o escrito que li e entrego ao senhor presidente do Governo neste ato, mediante o qual lhe comunico a minha decisão de abdicar da Coroa de Espanha", lê-se no documento, assinado por Juan Carlos e hoje entregue ao primeiro-ministro, Mariano Rajoy.

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