Congressista lamentou tiroteio. Twitter lembrou-o do seu postal de Natal

Morreram seis pessoas numa escola em Nashville. Arma usada era igual à que Ogles e a sua família ostentaram junto à árvore de Natal.

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Notícias ao Minuto
28/03/2023 13:02 ‧ 28/03/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Tiroteios EUA

A internet nunca esquece, e o representante Andy Ogles, do estado do Tennessee, está a descobrir isso em primeira mão. O congressista, republicano e conservador, lamentou na segunda-feira o tiroteio no seu estado natal, no qual morreram seis pessoas (incluindo três crianças), mas o Twitter rapidamente recordou Ogles da sua aparente hipocrisia.

Após o tiroteio na escola The Covenant School, em Nashville, Ogles publicou um comunicado em que escreveu que ele, e a sua família, estavam "devastados pela tragédia". "Estamos a enviar as nossas condolências e preces às famílias das vítimas. Como um pai de três, estou de coração partido com este ato insensível de violência". disse.

O uso da expressão "condolências e preces" (do inglês 'thoughts and prayers') tem sido criticado pelos democratas, que acusam os republicanos de não agir perante a violência armada e por se ficar por comunicados vagos.

Desta vez, essa crítica assumiu novos contornos, pois os utilizadores do Twitter, rapidamente divulgaram uma fotografia de Ogles e da sua família, empunhando armas semiautomáticas (semelhante à que foi usada no tiroteio), num postal de Natal lançado em 2021.

"Este és tu?", questionaram, ironicamente, muitos utilizadores e adversários democratas.

Além do comunicado, muitos utilizadores comentaram também a hipocrisia nas votações de Andy Ogles na Câmara dos Representantes e na sua região, especialmente no que diz respeito ao porte e compra de armas de fogo.

Segundo a Vanity Fair, Ogles, como autarca de Maury County, no Tennessee, assinou uma resolução para tornar o seu condado um "santuário para o direito constitucional de porte de armas". No seu site de campanha, promete "lutar incansavelmente" pelo livre porte de armas de fogo, considerando que "desarmar pessoas é a forma mais eficaz de as escravizar".

Em janeiro, Ogles promoveu uma iniciativa que permitiria que pessoas com licença de porte de arma escondida pudessem levar a sua arma para qualquer região do país (não passou, e essa política continua a ser feita pelos próprios estados).

Este mês, dias antes do ataque, o congressista propôs ainda um projeto de lei que proibiria o governo federal de monitorizar a compra de armas de fogo a nível nacional.

O caso de Andy Ogles não é único e a prática de recordar o histórico legislativo de líderes republicanos, após cada tiroteio em massa e cada demonstração de condolências, tem sido cada vez mais rotina.

Neste mesmo ataque, a senadora Marsha Blackburn, também ela republicana do Tennessee, lamentou o tiroteio, apesar de, em 2022, ter votado contra uma medida histórica que implementaria maior controlo sobre quem pode comprar armas de fogo.

A Vanity Fair recorda que Blackburn, que é abertamente pró-armas de fogo, recebeu mais de um milhão de euros em donativos para a sua campanha por parte da National Rifles Association, o lóbi que financia e promove candidatos que defendem a compra de armas de fogo e que procura desvalorizar o livre acesso a estes instrumentos como as principais causas dos tiroteios em massa.

Leia Também: EUA. 131 tiroteios em 86 dias, no país onde há mais armas que pessoas

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