Presidente do Chade indultou participantes em manifestação reprimida
Um grupo de 259 dos 262 manifestantes condenados a prisão após terem sido detidos durante uma manifestação antigovernamental em outubro no Chade, duramente reprimida pelas forças de segurança, foi hoje indultado pelo Presidente Mahamat Idriss Déby Itno.

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Mundo Chade
O decreto assinado pelo general Déby Itno diz, designadamente, que "as pessoas condenadas em 02 de dezembro de 2022 por reunião não autorizada, destruição de bens, fogo posto, violência e agressão e delitos de ordem pública (...) beneficiam de um indulto presidencial".
Os detidos foram condenados entre dois e três anos de prisão efetiva na sequência da manifestação contra o prolongamento do mandato de Déby Itno por mais dois anos.
O general foi proclamado chefe de Estado pelos militares em 20 de abril de 2021, após a morte do pai, o Presidente Idriss Déby Itno, que morreu em combate contra rebeldes após ter governado o país com mão de ferro durante 30 anos.
Segundo o governo, 621 pessoas foram detidas e levadas para Koro Toro, uma prisão de alta segurança no meio do deserto, 600 quilómetros a norte de N'Djamena, onde foram depois julgadas num julgamento em massa, sem advogados ou meios de comunicação independentes, após um mês e meio de detenção.
As autoridades tinham inicialmente anunciado que cerca de cinquenta pessoas tinham morrido durante a manifestação, principalmente jovens mortos a tiro na capital pela polícia, antes de reavaliarem este número em 73 mortos.
No entanto, organizações não-governamentais consideraram que os números avançados pelo regime estavam subestimados.
O decreto de hoje foi o segundo indulto presidencial em três dias.
No sábado, um grupo de 380 rebeldes da Frente para a Alternância e a Concórdia, condenados a prisão perpétua pelo seu envolvimento na morte do ex-Presidente Idriss Déby Itno, beneficiou de um decreto semelhante.
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