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Líder supremo afirma que Irão "não está zangado" com os europeus

O líder supremo iraniano, ayatollah Ali Khamenei, declarou hoje que o Irão "não está zangado com os europeus" e que Teerão está disponível para trabalhar com os países que evitam "seguir cegamente" os Estados Unidos.

Líder supremo afirma que Irão "não está zangado" com os europeus
Notícias ao Minuto

17:43 - 21/03/23 por Lusa

Mundo Ali Khamenei

Num discurso proferido na cidade sagrada de Mashhad (nordeste), no primeiro dia do ano novo do calendário persa, a mais alta autoridade iraniana repreendeu os Estados Unidos, acusando-os de terem fomentado a vaga de protestos que abalou o Irão após a morte da jovem curda iraniana Mahsa Amini, em setembro de 2022.

"Os ocidentais pressionaram para que o Irão ficasse isolado, mas aconteceu o contrário. A nossa relação com o Ocidente enfraqueceu, mas os nossos laços com a Ásia ficaram 100% mais fortes", sublinhou Khamenei, salientando que está na agenda de Teerão estabelecer "relações fortes" com a América Latina e a África.

"No entanto, não estamos zangados com os europeus e estamos prontos para trabalhar com todos os países da Europa que não seguem cegamente as políticas norte-americanas", acrescentou o líder supremo.

Nos últimos meses, os países da União Europeia (UE) e o Reino Unido denunciaram a "repressão" de Teerão aos protestos iniciados após a morte, a 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma jovem curda iraniana de 22 anos que morreu sob custódia da chamada polícia da moralidade, unidade encarregada de fazer cumprir o rigoroso código de indumentária das mulheres na República Islâmica.

Segundo as autoridades de Teerão, centenas de pessoas, incluindo membros das forças de segurança, foram mortas no âmbito dos protestos, que têm diminuído de dimensão nas últimas semanas.

Tal como já tinha afirmado em janeiro passado, Khamenei reiterou que as autoridades de Teerão conseguiram "derrotar a conspiração" que causou "a agitação" na qual participou "um pequeno número de iranianos".

Segundo denunciou o líder supremo da República Islâmica, os "inimigos" do Irão querem uma "mudança de regime" e o estabelecimento de "uma democracia enganosa de estilo ocidental" para "controlar o país" e "saquear os recursos".

Khamenei também afirmou que o Irão "não tem qualquer interferência" no conflito na Ucrânia, respondendo às acusações de vários países ocidentais sobre o facto de Teerão apoiar a Rússia através, sobretudo, do fornecimento de 'drones' (aparelhos aéreos não tripulados).

"Não há qualquer participação da nossa parte" na guerra, sublinhou Khamenei, defendendo que o conflito foi "desencadeado pelos Estados Unidos".

"As fábricas de armamento [norte-americanas] são as que mais beneficiam", concluiu.

Leia Também: Irão. Amnistia Internacional alerta para violência sexual contra crianças

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