MNE diz que UE não pode abandonar Tunísia apesar de "deriva autoritária"
O ministro dos Negócios Estrangeiros defendeu esta segunda-feira em Bruxelas que a União Europeia (UE) não pode abandonar a Tunísia, apesar da atual "deriva autoritária", devendo encontrar uma "abordagem equilibrada" que passe pela "inclusividade" no país africano.
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Mundo Tunísia
No final de uma reunião de chefes de diplomacia da UE, que tinha entre os pontos em agenda uma discussão sobre os recentes desenvolvimentos na Tunísia e possíveis ações da UE, João Gomes Cravinho apontou que "falou-se da necessidade de uma abordagem equilibrada, que por um lado demonstre a nossa insatisfação em relação à degradação da situação política, à deriva autoritária que se verifica, mas ao mesmo tempo reconhecendo que a Tunísia é um parceiro fundamental da União Europeia e há um compromisso em relação à população tunisina".
"Portanto, não poderemos abandonar a Tunísia, mas temos de ter uma plataforma de diálogo que passe também pela inclusividade dentro da Tunísia", declarou o chefe da diplomacia.
O parlamento da Tunísia, suspenso em 2021 pelo presidente Kais Saied "para preservar a paz social", reabriu na semana passada, mas com menos assentos, poderes reduzidos e um novo sistema político que obriga a compartilhar o poder com uma segunda câmara.
O presidente tunisino, que monopoliza os poderes desde o verão de 2021, afastou na quinta-feira os presidentes das câmaras municipais eleitos em 2018, considerados uma importante conquista para a jovem democracia tunisiana após a Revolução de 2011.
As câmaras municipais vão ser substituídas por "delegações especiais", compostas por funcionários públicos, que ficam sob a tutela do governador de cada região, com o objetivo de descentralizar, uma das bandeiras da transição democrática iniciada em 2011.
Os mandatos dos 350 presidentes de câmara e vereadores, atualmente em exercício, expiram no final de abril.
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