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Rússia acusa EUA e UE de pretenderem "separá-la" do Cáucaso do Sul

O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, afirmou hoje que os Estados Unidos e a União Europeia (UE) pretendem separar a Rússia do Cáucaso do Sul, tentado impor-se nas negociações de paz entre a Arménia e o Azerbaijão.

Rússia acusa EUA e UE de pretenderem "separá-la" do Cáucaso do Sul
Notícias ao Minuto

17:48 - 20/03/23 por Lusa

Mundo Rússia/Ucrânia

A Rússia, envolvida numa ofensiva militar na Ucrânia, parece estar a perder influência nesta região, onde desempenha tradicionalmente a função de mediador e que junta três repúblicas ex-soviéticas, a Geórgia, a Arménia e o Azerbaijão.

"Vemos perfeitamente os objetivos do Ocidente no Cáucaso do Sul, não o esconde (...), é afastar a Rússia", declarou Lavrov, acusando os ocidentais de pretenderem "sabotar a arquitetura securitária" nesta parte do mundo.

No decurso de uma conferência de imprensa em Moscovo com o seu homólogo arménio, Ararat Mirzoian, o chefe da diplomacia russa também censurou Bruxelas e Washington de pretenderem "impor a sua vontade e apropriar-se" no processo negocial entre a Arménia e o Azerbaijão.

Os dois países confrontam-se desde a dissolução da União Soviética pelo controlo da região separatista do Nagorno-Karabakh, de maioria arménia.

Após uma primeira guerra no início da década de 1990 e com vitória arménia, o Azerbaijão desencadeou uma ofensiva militar em 2020 e garantiu o controlo de uma grande parte do enclave de Nagorno-Karabakh, mas as tensões permanecem latentes.

Nos últimos meses, os Estados Unidos e a UE organizaram diversas rondas negociais de paz entre o primeiro-ministro arménio, Nikol Pachinian, e o Presidente azeri, Ilham Aliev.

Em 20 de fevereiro, a UE também enviou uma missão de observação à fronteira oficial entre a Arménia e o Azerbaijão, onde em setembro passado ocorreram confrontos armados.

Desde dezembro que as autoridades arménias também acusam o Azerbaijão de fomentar uma "crise humanitária" ao bloquear a única estrada entre o Nagorno-Karabakh e a Arménia (corredor de Lachin), mas que Baku desmente.

Erevan também tem demonstrado insatisfação pelo que define de "inação" das tropas russas enviadas para o Nagorno-Karabakh.

Este enclave declarou a independência do Azerbaijão muçulmano após uma guerra no início da década de 1990, que provocou cerca de 30.000 mortos e centenas de milhares de refugiados.

Na sequência deste conflito, foi assinado um cessar-fogo em 1994 e aceite a mediação do Grupo de Minsk (Rússia, França e Estados Unidos), constituído no seio da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), mas as escaramuças armadas continuaram a ser frequentes, e implicaram graves confrontos em 2018.

Cerca de dois anos depois, no outono de 2020, a Arménia e o Azerbaijão enfrentaram-se durante seis semanas pelo controlo do Nagorno-Karabakh durante uma nova guerra com uma pesada derrota arménia, que perdeu uma parte importante dos territórios que controlava há três décadas.

Após a assinatura de um acordo sob mediação russa, o Azerbaijão, apoiado militarmente pela Turquia, registou importantes ganhos territoriais e Moscovo enviou uma força de paz de 2.000 soldados para a região do Nagorno-Karabakh.

Apesar do tímido desanuviamento diplomático, os incidentes armados permaneceram frequentes na zona ou ao longo da fronteira oficial entre os dois países, culminando nos graves incidentes fronteiriços de setembro.

Em 10 de janeiro passado, e numa atitude inédita, a Arménia anunciou que iria recusar receber este ano as manobras militares conjuntas no quadro da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC, uma aliança militar liderada pela Rússia e que junta seis repúblicas ex-soviéticas), devido à insatisfação pelo bloqueio do corredor de Lachin.

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