"Gostaria de salientar que o nosso país sempre deu e continuará a dar prioridade à cooperação com os Estados africanos", afirmou Putin, em Moscovo, durante um discurso perante representantes africanos.
"O nosso país está determinado a continuar a construir uma parceria estratégica no sentido pleno da palavra com os nossos amigos africanos, e estamos prontos a dar forma à agenda global em conjunto", prosseguiu o presidente russo.
Putin disse que a Rússia, tal como África, "defende os valores morais tradicionais" ao "resistir à ideologia neocolonial imposta a partir do estrangeiro".
Também prometeu fornecer cereais aos "países mais necessitados de África" se o importante acordo de exportação ucraniano não for renovado no prazo de dois meses.
Segundo Putin, a Rússia planeia aumentar a cooperação com países africanos no domínio da energia, medicina e duplicar a quota de estudantes africanos nas universidades russas.
Contra o pano de fundo das sanções ocidentais sobre a sua ofensiva na Ucrânia, Moscovo procura atualmente apoio na Ásia e em África, onde muitos Estados não condenaram abertamente a intervenção militar russa.
Nos últimos anos, a Rússia já tinha multiplicado as suas iniciativas no continente africano, com o objetivo de se estabelecer como uma alternativa às antigas potências coloniais.
Assinou numerosas parcerias económicas e militares e o grupo paramilitar russo Wagner estabeleceu-se em vários países, nomeadamente na República Centro-Africana, onde tem ajudado a corroer a influência francesa.
A próxima cimeira Rússia-África, a segunda a realizar-se, deverá ter lugar de 26 a 29 de julho em São Petersburgo.
Putin garantiu que está a preparar-se "muito seriamente" para esta reunião e convidou os líderes africanos e as organizações regionais a participar.
Na primeira cimeira em 2019, Vladimir Putin congratulou-se por ter aberto "uma nova página" nas relações com África, um continente do qual a Rússia se tinha retirado em grande parte após a queda da URSS.
A reunião contou com a participação de representantes de 54 países africanos, incluindo 43 chefes de Estado. A declaração conjunta adotada no final da reunião denunciou "'diktats' políticos e chantagem monetária".
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