"Exortamos as partes etíopes (beligerantes) a cumprirem a sua promessa mútua de criar um processo de justiça de transição inclusivo e abrangente que tenha em conta a reconciliação e a responsabilização", disse Blinken, durante a sua visita à Etiópia.
O responsável dos Estados Unidos da América (EUA), que chegou terça-feira a Adis Abeba, primeira etapa de uma deslocação que o levará ainda ao Níger, tinha apelado antes ao "fortalecimento" do processo de paz no Tigray.
O governante norte-americano, que se referia ao acordo de paz assinado em 02 de novembro em Pretória, na África do Sul, é o mais alto funcionário da administração Biden a visitar a Etiópia desde novembro de 2020 e o início da guerra entre o governo federal etíope e as autoridades rebeldes na região do Tigray.
"Há muito a fazer. O mais importante é provavelmente fortalecer a paz que está a enraizar-se no norte", disse o chefe da diplomacia norte-americana, antes de uma reunião com o seu homólogo etíope, Demeke Mekonnen, também vice-primeiro-ministro, com quem, num gesto central da cultura etíope, tomou um café.
O secretário de Estado norte-americano sublinhou ainda "o objetivo de reforçar a relação entre os Estados Unidos e a Etiópia", prejudicada pelo acordo Agoa, uma iniciativa norte-americana que isenta as exportações de determinados países africanos da qual Adis Abeba ficou excluída.
"Temos relações de longa data e é hora de reanimá-las e seguir em frente", concordou Demeke, ao receber o seu homólogo no Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Após a reunião entre ministros, Blinken reuniu-se com Abiy Ahmed, primeiro-ministro da Etiópia desde 2018, prémio Nobel da Paz de 2019 por ter terminado uma guerra de 20 anos com a vizinha Eritreia, mas cujo conflito em Tigray o transformou de um símbolo de uma nova geração de líderes africanos progressistas para um quase pária aos olhos de Washington.
"Tivemos discussões extensas" e "concordámos em fortalecer as relações bilaterais de longa data entre os nossos países, com uma promessa de parceria", escreveu Abiy na rede social Twitter.
A visita de Antony Blinken à Etiópia tem como pano de fundo os esforços de Washington para reforçar uma parceria norte-americana no continente, onde a China e a Rússia estão a aumentar a sua influência.
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