Entre os anos de 2018 e 2022, a Ucrânia era apenas o 14.º maior importador de armas no mundo, comprando armas para lutar contra os separatistas pró-russos em Donetsk e em Lugansk. Mas, após a invasão em fevereiro de 2022, o país saltou para o terceiro lugar dos maiores importadores de armamento em todo o globo, no período entre 2018 e 2022.
Segundo o relatório do Instituto Internacional para a Investigação da Paz de Estocolmo (SIPRI, na sigla em inglês), divulgado no domingo, a Ucrânia foi responsável por 2% de todas as armas importadas nos últimos cinco anos.
"Devido a preocupações sobre como o fornecimento aeronaves de combate e mísseis de longo alcance poderia escalar a guerra na Ucrânia, os estados da NATO declinaram os pedidos da Ucrânia durante o ano de 2022", notou Pieter D. Wezeman, investigador no SIPRI.
#Ukraine🇺🇦 became the 3rd biggest importer of major arms in 2022 (after Qatar🇶🇦 and India🇮🇳). It was the 14th largest arms importer globally for 2018–22.
— SIPRI (@SIPRIorg) March 13, 2023
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A verdade é que, mesmo depois de vários pedidos de Kyiv, os países ocidentais - que já tinham mostrado grandes hesitações quanto a fornecer os tanques de fabrico alemão Leopard - ainda não aceitaram o envio de caças, optando antes por oferecer treino aos pilotos ucranianos.
À frente da Ucrânia, entre o período de 2018 e 2022, encontram-se apenas o Qatar e a Índia, sendo que o segundo é um dos poderes nucleares e gasta a maior parte dos seus recursos na região de Kashmir, onde faz fronteira com o Paquistão.
Ao mesmo tempo, no topo das regiões que mais importam armas no mundo, a Ásia e a Oceânia continuam a liderar as listas, com seis dos dez maiores importadores do mundo a estarem localizados nestes continentes: Índia, Austrália, China, Coreia do Sul, Paquistão e Japão.
No âmbito das exportações, a Rússia, que se mantém como o segundo maior exportador do mundo, viu a França aproximar-se no pódio devido ao grande número de sanções aplicadas por vários países ocidentais contra o regime e as suas entidades.
Para o SIPRI, "é provável que a invasão na Ucrânia continue a limitar as exportações de armas da Rússia".
"Isto porque a Rússia irá priorizar o fornecimento das suas próprias forças armadas e a procura de outros países irá manter-se reduzida devido às sanções e à pressão pelos EUA e os seus aliados para não serem compradas armas russas", acrescentou Wezeman.
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