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Guarda Nacional tunisina resgata 54 migrantes e 14 corpos após naufrágio

A Guarda Nacional tunisina afirmou ter resgatado hoje com vida 54 migrantes subsaarianos e recuperado os corpos de outros 14 depois de a embarcação em que seguiam com destino à Europa ter naufragado ao largo da costa da Tunísia.

Guarda Nacional tunisina resgata 54 migrantes e 14 corpos após naufrágio
Notícias ao Minuto

00:03 - 10/03/23 por Lusa

Mundo Migrações

Os 14 corpos foram recuperados durante a noite no Mar Mediterrâneo, na região de Sfax, centro da Tunísia, disse à agência noticiosa Associated Press (AP) o porta-voz da Guarda Nacional tunisina, Houssameddine Jbabli, acrescentando que a quase totalidade dos migrantes é oriunda da África subsaariana, mas sem avançar as respetivas nacionalidades.

Segundo Jbabli, também ao longo da madrugada de hoje navios da guarda costeira tunisina impediram 14 outros barcos, com 435 migrantes, de saírem para o mar a partir das regiões central e sul da Tunísia.

As pessoas que fogem de conflitos ou da pobreza costumam procurar embarcações na costa da Tunísia para tentar atingir a Europa, embora o Mediterrâneo central continue a ser a principal rota de migração, a mais perigosa do mundo, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM). 

A grande maioria dos migrantes é proveniente da África subsaariana, mas muitos tunisinos e naturais de outras regiões, nomeadamente do Médio Oriente, estão também a arriscar a viagem.

Nas últimas semanas, as autoridades tunisinas intensificaram as prisões de africanos sem documentos de residência, depois de o Presidente Kais Saied ter criticado a presença de africanos subsaarianos no país, comentários que alimentaram uma onda de incidentes racistas contra africanos negros na Tunísia.

Saied, que assumiu plenos poderes em julho de 2021, instou as forças de segurança a tomar medidas urgentes contra as "hordas" de migrantes subsaarianos irregulares, a quem acusou de fazer parte de uma conspiração para mudar a demografia e a identidade "árabo-muçulmana" da Tunísia.

As palavras de Saied foram consideradas como um "discurso de ódio" por várias organizações locais e pela comunidade internacional e desencadearam uma campanha de ataques e prisões racistas.

O Governo tunisino tentou diminuir a tensão e anunciou que iria facilitar medidas para "o regresso voluntário" aos países de origem, garantindo a isenção do pagamento da multa em que o cidadão estrangeiro incorreu durante a permanência irregular no país, além de intensificar a assistência social, sanitária e psicológica.

Segundo o Fórum Tunisino para os Direitos Económicos e Sociais (FTDES), que acompanha de perto o fenómeno migratório, cerca de 21.000 pessoas da África subsaariana vivem na Tunísia - com uma população de cerca de 12 milhões de habitantes -- que, até agora, era um país de trânsito para Europa, a apenas 150 quilómetros de distância.

Leia Também: Itália regista chegada de 1.200 pessoas em 24 horas e um novo naufrágio

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