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"América livre novamente" e fim da guerra num dia. As promessas de Trump

O ex-presidente dos Estados Unidos da América (EUA) Donald Trump disse hoje, perante uma plateia eufórica em Washington, que tornará a "América livre novamente" caso seja reeleito, afirmando estar "envolvido numa luta épica para resgatar" o país.

"América livre novamente" e fim da guerra num dia. As promessas de Trump
Notícias ao Minuto

00:04 - 05/03/23 por Lusa

Mundo CPAC

Trump foi hoje a "estrela" da Conferência da Ação Política dos Conservadores (CPAC, na sigla em inglês), considerada a mais importante reunião do movimento ultraconservador nos EUA, onde foi recebido por uma multidão estridente que gritava "nós queremos Trump, nós queremos Trump".

"A América será livre novamente, porque hoje não somos uma nação livre. Não temos imprensa livre, não temos nada livre. Em 2016, eu disse: 'eu sou a vossa voz'. Hoje eu acrescento: 'eu sou o vosso guerreiro, a vossa justiça'", afirmou o magnata, que no final do ano passado anunciou a sua recandidatura à Casa Branca em 2024.

"As forças sinistras que tentam matar a América fizeram tudo o que podiam para me parar, para silenciar-vos e para transformar esta nação numa lixeira socialista para criminosos, viciados, marxistas, bandidos, radicais e refugiados perigosos que nenhum outro país deseja", acrescentou, sem concretizar.

No seu longo discurso, que se prolongou por cerca de uma hora e 45 minutos, um dos focos principais dos ataques de Trump foi o atual Presidente, Joe Biden, para quem perdeu as últimas eleições presidenciais norte-americanas.

Dado a hipérboles e a declarações sem correspondência à realidade, Donald Trump classificou a administração de Biden como "a mais corrupta na história do país" e o chefe de Estado como "o maior criminoso, a quem nada acontece". Na rede social Twitter, a organização Citizens for Ethics partilhou um excerto desta acusação de Trump lembrando que passou "anos a verificar a corrupção de Trump na Casa Branca" e que "nada se aproxima" dos níveis atingidos no mandato anterior.

Trump tornou este discurso num ato de campanha eleitoral, fazendo várias promessas caso regresse ao poder.

Mostrando aversão à diversidade em cargos governamentais, Trump prometeu "revogar a louca Ordem Executiva de Joe Biden de instalar czares marxistas de diversidade, equidade e inclusão em todas as agências federais" e "demitir imediatamente todos os funcionários contratados para implementar essa agenda horrível".

"Peço ao Congresso que crie um Fundo de Restituição para os americanos que foram discriminados injustamente por essas políticas de Biden. Elas são tão injustas, tão antiamericanas... e vamos banir toda discriminação racial por parte do Governo", declarou, sendo fortemente aplaudido.

O político de extrema-direita acabou ainda por admitir que existe uma rutura dentro do Partido Republicano, lançando várias críticas a colegas da mesma formação política.

Em relação à política externa, Trump focou-se na invasão da Ucrânia pela Rússia, advogando que foi "o único Presidente norte-americano que não viu a Rússia a tomar o controlo de outro país durante o seu mandato".

"Com [George W.] Bush, eles [Rússia] invadiram a Geórgia. Com [Barack] Obama, eles tomaram a Crimeia, com Biden eles estão a tentar levar tudo...e ele nem vai saber que eles levaram", afirmou, arrancado gargalhadas da plateia.

O ex-chefe de Estado aproveitou para reclamar do apoio financeiro e militar que o executivo norte-americano tem dado a Kiev, repetindo que este conflito não teria acontecido se ele ainda estivesse no poder, uma vez que se "dava muito bem com Vladimir Putin", o Presidente russo.

Ainda sobre a guerra, Trump indicou que "resolverá" o conflito em menos de um dia antes de voltar a entrar na Casa Branca.

"Antes mesmo de chegar ao Salão Oval, terei a guerra desastrosa entre a Rússia e a Ucrânia resolvida - será resolvida rapidamente. E não vai demorar mais do que um dia. Sei exatamente o que dizer a cada um deles", disse.

Nos seus comentários finais, o magnata Republicano virou-se para o crime de rua, que "envergonha" os EUA, e repetiu o seu famoso 'slogan' de campanha "Make America Great Again" ("Tornar a América Grandiosa Novamente", em tradução do inglês).

"Vamos tornar a América segura novamente, não como as nossas ruas das cidades estão agora, uma vergonha para o mundo inteiro assistir, e faremos a América grande novamente", concluiu.

Antes do seu discurso - o mais aguardado pelos ultraconservadores durante os quatro dias da CPAC -, Donald Trump garantiu a jornalistas que permanecerá na corrida presidencial de 2024, mesmo que seja indiciado em qualquer uma das múltiplas investigações criminais que enfrenta, como é o caso do seu alegado envolvimento no ataque ao Capitólio em 2021 e dos documentos confidenciais que mantinha na sua mansão em Mar-a-Lago.

Leia Também: Transfobia e aclamação de Trump no penúltimo dia da conferência CPAC

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