Edgar Silva reeleito coordenador do PCP da Madeira por unanimidade
O coordenador do PCP/Madeira, Edgar Silva, reeleito no XI Congresso Regional, defendeu hoje uma "viragem no regime", reivindicando que o partido é "o grande obstáculo" à política de direita.
© Lusa
Política Funchal
"Quando se intensifica a exploração capitalista, quando os trabalhadores desesperam face ao ataque ao poder de compra, quando se agravam as injustiças em virtude da política de direita, imposta quer pelo Governo da República, de maioria PS, quer pela ação do Governo Regional da Madeira, de maioria PSD/CDS-PP, a questão de fundo que se nos coloca é a da urgência de uma alternativa política. Está colocada a questão da viragem no regime", afirmou Edgar Silva.
O coordenador dos comunistas madeirenses discursava na sessão de encerramento do XI Congresso do PCP/Madeira, no Funchal, depois de ter sido anunciada pela mesa a sua reeleição, aprovada por unanimidade.
Edgar Silva defendeu que "sai também deste Congresso a clara perceção de que é o PCP o grande obstáculo à política de direita", argumentando que PS e PSD perpetuam políticas que favorecem os grandes grupos económicos.
O dirigente comunista recordou que o partido tem denunciado há décadas situações relacionadas com a utilização de dinheiros públicos pelo Governo Regional "para criar e alimentar clientelas que determinam todo o conjunto do quadro político-económico da região", uma questão que tem estado na ordem do dia recentemente, depois das declarações do ex-deputado do PSD à Assembleia da República eleito pela Madeira, Sérgio Marques.
"É este regime que importa derrotar. É necessária uma alternativa ao regime senhorial que continua a estar instalado na Madeira, no qual a corrupção é um fator estrutural da realidade económica, social e política da região", salientou.
E reforçou: "Da nossa parte, tudo faremos para combater e derrotar o atual regime das obras inúteis, do mau uso dado aos dinheiros públicos e das obras que estão associadas a processos de corrupção".
Edgar Silva notou também que o tempo tem demonstrado que "não bastava afastar Alberto João Jardim do Governo [Regional] para que mudasse o regime", considerando que "os 'renovadinhos' de Miguel Albuquerque [atual presidente do executivo madeirense] são mais do mesmo" e "prolongam o regime, sempre ao serviço do capital, com as mesmas obras inúteis".
"E, tal como o problema não se resolve apenas substituindo umas pessoas por outras, também não basta a mudança de partidos. O que é preciso é acelerar a queda do velho regime e erguer uma alternativa política", reiterou o coordenador do PCP/Madeira.
Edgar Silva argumentou que também o PS "está amarrado ao jardinismo", recordando uma entrevista do anterior líder do PS/Madeira, Paulo Cafôfo, na qual afirmava que o ex-presidente do Governo Regional Alberto João Jardim "era uma personalidade inigualável".
"Portanto, há um polo daqueles que elogiam o regime e que para o futuro querem mais 'jardinismo' para a região e, depois, há uma outra via, que é a de quem luta pela alternativa e que há muito luta na Madeira por mais e melhor democracia", concluiu.
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