"Um acordo com os países da América Latina não será possível se eles não respeitarem, como nós, os acordos de Paris (sobre o combate às alterações climáticas) e se não tiverem as mesmas exigências ambientais e sanitárias que impomos aos nossos produtores" disse o chefe de Estado francês, citado pela agência EFE.
As afirmações de Emmanuel Macron foram proferidas na abertura do Salão de Agricultura de Paris, durante o qual escutou criticas de agricultores e de criadores de gado sobre o novo acordo comercial que a União Europeia (UE) está a negociar com a Mercosul e o impacto que este poderá ter na sua atividade.
Uma das críticas escutadas pelo Presidente francês é de que a UE impõe regras ecologias aos seus produtores mais rígidas do que aquelas que exige aos países do Mercosul, nomeadamente Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, facto reconhecido por Macron.
Nesse sentido, o chefe de Estado assegurou que tudo fará para que o acordo entre a UE e a Mercosul (alcançado em 2019, mas ainda não ratificado) possa incluir essas exigências.
"Quando impomos restrições aos nossos produtores devemos impô-las aos alimentos que importamos, coisa que não fazemos suficiente a nível europeu", disse ainda Emmanuel Macron.
Atualmente, o Mercosul, criado em 1991, é constituído por cinco membros: Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai e Venezuela (suspensa desde 2016) e por cinco países associados: Chile, Bolívia, Colômbia, Equador e Peru.
Em 2019, foi alcançado um acordo entre a UE e o Mercosul, após mais de 20 anos de negociações, mas não foi ratificado, sobretudo devido às dúvidas e preocupações com as políticas ambientais do ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro.
No início deste ano o vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, estimou que o acordo possa ser assinado até julho.
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