Moldova refuta "ameaça" da Ucrânia sobre região separatista pró-russa

A Moldova rejeitou hoje a existência de uma "ameaça direta" da Ucrânia sobre a região separatista pró-russa da Transnístria, negando alegações de Moscovo de que poderia estar a ser "preparada" uma "invasão" ucraniana àquele território.

Chisinau, images of the capital of Italy of the Republic of Moldova which fears an attack from Russia. In the photo the building of the Moldovan Government. (Photo by: Alessandro Serrano'/AGF/Universal Images Group via Getty Images)

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Lusa
24/02/2023 13:45 ‧ 24/02/2023 por Lusa

Mundo

Ucrânia

"O Ministério da Defesa [moldavo] está a supervisionar todos os eventos, ações e mudanças que ocorrem na região. Afirmamos que, atualmente, não há uma qualquer ameaça direta à segurança militar do Estado", indicam as autoridades de Chisinau num comunicado.

"As falsas informações divulgadas visam semear o pânico", acrescentou o Ministério da Defesa moldavo.

Hoje, o Kremlin afirmou que "retaliará" contra uma qualquer "provocação" militar ucraniana na região separatista pró-russa na Transnístria, na Moldova, onde Moscovo tem um contingente militar.

"Que ninguém duvide: as forças armadas da Federação Russa responderão adequadamente a qualquer provocação do regime de Kiev", lê-se num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, citado pelas agências internacionais.

No documento, Moscovo alega que a Ucrânia está a enviar homens e equipamento militar para áreas próximas da Transnístria e insiste que qualquer ação que represente uma "ameaça" aos militares russos estacionados na Transnístria "será considerada como um ataque contra a Federação Russa". 

Uma pequena faixa de terra que, após uma guerra, se separou da Moldova no início dos anos 1990, a Transnístria está localizada na fronteira ocidental da Ucrânia e tem sido objeto de tensões elevadas nas últimas semanas.

Na quinta-feira, o Ministério da Defesa russo alegou, sem fundamentar a acusação, que Kiev estará a fazer "preparativos" para uma "invasão" da Transnístria.

Retomando essas alegações, a diplomacia russa disse hoje que Kiev está a concentrar "homens e equipamentos militares" perto da Transnístria, relatando também um "desdobramento de posições de tiro de artilharia e um número sem precedentes de voos de 'drones' [aeronaves não tripuladas] ucranianos sobre o território".

"Advertimos os Estados Unidos, os países membros da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e respetivos aliados e protegidos ucranianos contra qualquer iniciativa aventureira", acrescentou o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, declarações que, segundo comenta a agência noticiosa France-Presse (AFP), fazem lembrar a retórica da Guerra Fria.

Na quinta-feira, o Governo da Moldova rejeitou as denúncias de Moscovo e apelou à "calma".

A escalada das tensões ocorre numa altura em que o novo primeiro-ministro moldavo, Dorin Recean, pediu recentemente a retirada das tropas russas da Transnístria, o que foi alvo de críticas duras por parte de Moscovo.

As autoridades pró-europeias da Moldova já acusaram a Rússia de querer fomentar um golpe de Estado no país, o que é rejeitado por Moscovo.

Desde o início da invasão militar da Ucrânia, há precisamente um ano, a Rússia tem sido repetidamente acusada de aumentar a ameaça de novos confrontos na Transnístria para desestabilizar Kiev e Chisinau.

Leia Também: Presidente da Moldova convida Joe Biden a visitar Chisinau

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