Há seis anos, David Miller pensou que ia ficar paraplégico para sempre. Uma invulgar intoxicação alimentar, provocada por um prato de caril, desencadeou uma doença autoimune que quase o matou. Agora, depois de uma longa recuperação, está prestes a correr uma maratona solidária.
Numa histórica divulgada pelo tabloide britânico Daily Mirror, David Miller, de 43 anos, contou que sofreu uma intoxicação alimentar grave após encomendar o prato de caril 'do costume' do seu restaurante indiano favorito.
A intoxicação passou para uma gastroenterite, que durou dois meses e, na altura do natal de 2016, após mudar-se de Londres para a localidade de Lincoln, David começou a sentir os membros adormecidos.
Na semana após o natal, e depois do seu sistema imunitário ter ficado muito fragilizado, o homem foi diagnosticado pelos médicos com síndrome de Guillain-Barr, uma doença extremamente rara que surge em sistemas enfraquecidos e que pode levar à morte.
An iffy takeaway curry almost left a father paralysed.
— Metro (@MetroUK) February 21, 2023
David Miller chowed down on a Bhuna from his favourite Indian takeaway before being hit with catastrophic food poisoning.
‘It was pretty scary. Obviously, we didn’t go back to that restaurant again.’ https://t.co/RqrHd4IJYe
David foi internado nos cuidados intensivos em janeiro de 2017, quando os sintomas evoluíram para dificuldades respiratórias. O homem, formado em desenvolvimento informático, contou que nem conseguia ver bem a televisão, tais eram as dificuldades em focar a visão, e ficou praticamente paraplégico, com pouquíssima sensação nos membros e necessitando de uma cadeira de rodas para se deslocar.
"Foi uma queda a pique: passei de ter comichão nas mãos e nos pés para precisar de uma cadeira de rodas no espaço de uma semana", explicou ao tabloide.
Ao longo da sua estadia de dois meses e meio nos cuidados intensivos, David Miller foi recebendo visitas da sua mulher e da filha, Elise, na altura com 18 meses. "Eu lembro-me de a minha mulher passar-me a bebé quando estava na cama. A Elise claramente não queria estar ali, foi muito desconcertante", disse.
Quando recebeu alta hospitalar, continuava a precisar de muletas para andar e a família colocou corrimões por toda a casa, para que este se deslocasse em segurança.
Os últimos anos foram de recuperação. Elise tem agora sete anos, o casal teve outra filha (Eva, de três anos) e, praticamente seis anos depois de ter estado às portas da morte, David Miller prepara-se agora para correr a maratona de Londres, numa iniciativa com uma vertente solidária.
"Com esta maratona, vou juntar dinheiro para o fundo John Muir. Tenho-me preocupado mais recentemente com o futuro e o dinheiro angariado servirá para proteger as nossas florestas", prometeu.
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