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Argentina oferece cidadania a nicaraguenses que ficaram sem nacionalidade

O governo argentino garantiu estar em condições de conceder a cidadania argentina a qualquer dos nicaraguenses que tenham sido privados da sua nacionalidade pela administração de Daniel Ortega.

Argentina oferece cidadania a nicaraguenses que ficaram sem nacionalidade
Notícias ao Minuto

17:46 - 21/02/23 por Lusa

Mundo Argentina

A declaração, feita, esta terça-feira, pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros argentino Santiago Cafiero, foi em resposta a uma afirmação do escritor nicaraguense e vencedor do prémio Cervantes Sergio Ramírez, que afirmou que se a Argentina oferecesse a cidadania, ele tornar-se-ia argentino.

"Se Ramírez pedir a cidadania argentina, nós dar-lha-emos", disse Cafiero à rádio Con Vos. "A ele e a todos aqueles que sofrem o que está a acontecer na Nicarágua", acrescentou o ministro dos Negócios Estrangeiros.

O governante explicou que "o procedimento" é "pessoal", pelo que embora a Argentina esteja disposta a conceder a cidadania aos nicaraguenses afetados, eles "têm de a solicitar".

Em 9 de fevereiro, as autoridades nicaraguenses expulsaram um grupo de 222 presos políticos para os Estados Unidos considerando-os "traidores à pátria", incluindo sete pessoas que tentaram concorrer com Ortega à presidência no ano passado, e cinco padres, que foram proibidos de exercer cargos públicos ou eleitos por toda a vida.

Além disso, no dia 15, as autoridades nicaraguenses despojaram 94 outros nicaraguenses da sua nacionalidade, incluindo clérigos, diplomatas, antigos funcionários do Estado, defensores dos direitos humanos, dissidentes sandinistas, opositores, jornalistas, académicos, estudantes, homens de negócios e comerciantes.

Entre estes últimos encontram-se Ramírez e o famoso poeta Gioconda Belli, ambos exilados em Espanha.

Ramírez disse ao jornal Clarín que a Argentina não tinha respondido à carta na qual um grupo de intelectuais e líderes políticos instou a comunidade internacional em 17 de Fevereiro "a manifestar-se e a assumir um papel ativo em todas as ações que possam levar ao fim dos abusos e violações dos direitos humanos cometidos pelo regime Ortega-Murillo".

O escritor nicaraguense acrescentou que o governo de Alberto Fernández também não respondeu a uma carta tornada pública no dia anterior por intelectuais argentinos pertencentes à "Mesa Redonda de Discussão sobre Direitos Humanos, Democracia e Sociedade", na qual pediam que 317 nicaraguenses que tinham sido "lançados na condição de apátridas" fossem concedidos a cidadania argentina.

A porta-voz presidencial Gabriela Cerruti reafirmou na terça-feira na sua conta da rede social Twitter que "o governo argentino está disposto a conceder a cidadania argentina" a Ramírez e Belli e a "todos aqueles que sofrem o que está a acontecer na Nicarágua".

No final da semana passada, o secretário-geral das Nações Unidas disse estar "muito alarmado" após a Nicarágua ter retirado a nacionalidade aos 94 cidadãos.

O porta-voz de António Guterres sublinhou na quinta-feira que "vale a pena recordar que a Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma que todos têm direito a uma nacionalidade e que ninguém deve ser arbitrariamente privado da sua nacionalidade".

Leia Também: ONU alarmada após Nicarágua retirar nacionalidade a centenas de cidadãos

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