Uma família australiana, que tentou adotar a melhor amiga da filha adolescente, depois de os pais desta terem sido, supostamente, assassinados, descobriu que, afinal, esta estava a esconder um segredo obscuro.
Conta o The Mirror que Hope tinha apenas 15 anos quando conheceu Emily Sciberras, da mesma idade, numa escola de Perth, na Austrália, em 2011.
A jovem, natural da Rússia, era uma ginasta medalhada. Tinha milhares de 'gostos' na sua página profissional de Facebook e passava muito tempo em casa de Hope.
À amiga, Emily disse que os pais viviam separados e que tinha uma irmã gémea, Chloe, que vivia com a mãe em França. Por sua vez, o pai trabalhava para a Interpol e morava em Sydney, nos EUA.
No Natal, a família da adolescente russa decidiu juntar-se em França. Emily voou até lá e tudo parecia correr bem até que partilhou algo "chocante" nas redes sociais, como contou Hope no 'Con Girl' do serviço de streaming norte-americano Paramount+.
"Na publicação ela [Emily] contava que o pai tinha matado a mãe e a irmã e depois se suicidado. Ficamos chocados. Ela dizia que tinha encontrado os corpos. Ela tinha 15 anos. Eu e os meus pais só a queríamos ajudar", descreveu Hope.
Após a alegada tragédia, Emily disse à amiga que ia viver com um conhecido da família para a Florida, nos EUA, mas manteve o contacto e mostrou sempre interesse em regressar à Austrália. E a família de Hope fez tudo para isso acontecer.
"Os meus pais já tratavam Emily como uma filha e eu estava muito feliz por finalmente ter uma irmã, que era também a minha melhor amiga”, revelou Hope no mesmo documentário.
Só que, entretanto, quando regressou à Austrália, Emily começou a fazer afirmações suspeitas, como por exemplo, ter sido concebida através de um dador de esperma.
As coisas tornaram-se ainda mais estranhas depois de Emily se ter matriculado em outra escola e apresentado uma certidão de nascimento falsa.
Com esta 'gota de água', os pais de Emily tentaram falar com o juiz da Florida responsável pelo processo de adoção e percebem que era tudo falso. Emily não era Emily mas sim Samantha Azzopardi e não tinha 15 anos mas sim 23. Todo o seu passado e percurso familiar era "uma mentira elaborada".
Aos produtores do documentário, Hope admite que ficou "arrasada" quando descobriu que suposta amiga a tinha enganado. "Fiquei com muita raiva, senti-me traída. Quando tentamos fazer o melhor, ajudar as pessoas e levamos esta chapada, ficamos com o coração partido", declarou.
De acordo com o 'Con Girl', Samantha é uma golpista já conhecida das autoridades, que fez dezenas de vítimas em três continentes diferentes. A mulher, hoje com 34 anos, já utilizou, pelo menos, 75 identidades diferentes nas suas burlas.
Já se fez passar por escoteira, modelo e filha de agentes secretos e, recentemente, certa altura foi mesmo condenada, em França, a 17 meses de prisão, mas depois de cumprir 14 meses, em dezembro de 2022, foi libertada.
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