Dezenas de mulheres violadas na RDCongo por rebeldes

A organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional denunciou hoje que dezenas de mulheres foram violadas por rebeldes do M23 durante uma série de ataques, entre 21 e 30 de novembro, na República Democrática do Congo (RDCongo).

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Lusa
17/02/2023 14:12 ‧ 17/02/2023 por Lusa

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Amnistia Internacional

Com base nos depoimentos de 35 vítimas e testemunhas diretas, a organização não-governamental (ONG) revela, em comunicado de imprensa, o que descreve como "crimes de guerra" e que na sua opinião podem constituir também "crimes contra a humanidade".

"Pelo menos 66 mulheres e meninas" foram violadas pelo "grupo armado M23, apoiado pelo Ruanda", especifica o texto.

Segundo a Amnistia Internacional, os factos ocorreram principalmente na comuna de Kishishe, cerca de 100 quilómetros ao norte de Goma, capital do Kivu do Norte, com mais de um milhão de habitantes e hoje quase totalmente cercada pelos rebeldes.

As Nações Unidas, por sua vez, tinham dito na semana passada que Kishishe e os seus arredores foram palco de ataques no final de novembro, em que pelo menos 171 pessoas foram mortas e 27 mulheres e meninas violadas pelo M23, como retaliação a uma ofensiva contra os grupos armados.

"Depois de assumir o controlo de Kishishe, os combatentes do M23 foram de porta em porta, matando todos os homens adultos que encontraram e sujeitando dezenas de mulheres à violação, incluindo violações coletivas", sublinhou a Amnistia.

Uma das vítimas de violações disse àquela ONG que tinha "contado até 80 corpos de homens mortos por soldados do M23" numa igreja.

Trechos arrepiantes de depoimentos de vítimas são reproduzidos no texto de três páginas, como o de Eugénie (primeiro nome alterado): "Disseram que éramos todos FDLR [Forças Democráticas de Libertação do Ruanda] e mataram-nos, incluindo o meu marido e dois filhos. Então, três militares do M23 levaram-me para trás da igreja e revezaram-se para me violar. Achei que não sobreviveria".

O grupo rebelde, predominantemente tutsi, M23 voltou a pegar em armas no final de 2021, após quase uma década de exílio nos países vizinhos Ruanda e Uganda, tendo entre as suas principais reivindicações a eliminação das FDLR, grupo fundado no Congo por ex-líderes do genocídio de tutsis, em 1994, no Ruanda.

A RDCongo acusa o seu vizinho Ruanda de apoiar esses rebeldes, o que é corroborado por especialistas da ONU, dos Estados Unidos e de outros países ocidentais, embora Kigali negue.

Leia Também: RDCongo. Rebeldes da Codeco matam 11 pessoas e queimam cerca de 300 casas

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