A igreja, que recentemente denunciou um grupo de dissidentes na maior região do país como "ilegal", acusou o Governo da Etiópia de interferir nos seus assuntos e ameaçou avançar com uma manifestação no próximo domingo, apesar das advertências do executivo de Abiy Ahmed para não o fazer e avisando que tomaria medidas.
O observatório da Internet NetBlocks confirmou que as plataformas de redes sociais foram "restringidas na Etiópia enquanto decorrem a protestos antigovernamentais" que se verificam desde a noite de quinta-feira.
Desde o início da semana, verificaram-se protestos, alguns violentos, em várias dezenas de bairros e cidades, principalmente em Oromia e nos arredores da capital, Adis Abeba.
A divisão dentro da igreja, seguida pela maioria dos mais de 110 milhões de habitantes da Etiópia, surgiu depois de membros da igreja em Oromia terem declarado um novo sínodo em 22 de janeiro, alegando a necessidade de exercer a sua fé nas línguas locais.
A igreja excomungou vários dos seus membros que participaram nesse ato de separação.
O primeiro-ministro, Abiy Ahmed, instou os membros da igreja a resolverem as suas diferenças e disse que o Governo não se envolverá, mas muitos seguidores acusam o chefe do executivo, um protestante, de minar a igreja e de ficar do lado do sínodo separatista.
Hoje, a igreja disse que estavam em curso conversações entre Abiy e o patriarca da igreja sobre a controvérsia que tem atingido muitas regiões do país.
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