A proposta, aprovada esta quinta-feira pela Câmara dos Representantes, seguirá para o Senado, onde previsivelmente também terá 'luz verde', dá ao governador republicano poderes para nomear os cinco membros do conselho que fiscaliza os serviços e o governo do distrito de Ready Creek Improvement, localizado perto de Orlando, no centro da Florida.
Atualmente, os membros deste conselho são eleitos por entidades controladas pela Disney, que desta forma mantém a independência nos 11.000 hectares de extensão que possui neste distrito, criado em 1967 e sobre o qual estão construídos os seus parques temáticos, noticiou a agência Efe.
Em virtude do texto enviado esta quinta-feira à câmara alta do Congresso da Florida, onde poderá ser discutido nas próximas 36 horas, o distrito especial passará a chamar-se Distrito de Supervisão Turística da Florida Central.
O projeto de lei também estabelece que pessoas que nos últimos três anos trabalharam ou mantiveram negócios com os parques temáticos da Disney, que com mais de 80 mil pessoas é um dos maiores empregadores da Florida, não podem fazer parte deste conselho.
O autor deste projeto, o republicano Fred Hawkins, afirmou que foi especialmente insistente com esta nuance, porque quer evitar possíveis conflitos de interesses entre os futuros membros desta direção, segundo afirmou recentemente à comunicação social local.
As dívidas do distrito, que segundo a imprensa local ascendem a 1.000 milhões de dólares (cerca de 930 milhões de euros), bem como os contratos em vigor, não serão afetados por estas alterações, o que significa que as autoridades locais não terão de assumir responsabilidades.
Segundos os 'media' norte-americanos, a regulamentação não elimina muitas das prerrogativas que o distrito especial possui atualmente, mas representa uma vitória política para o governador do Estado, que em 2022 enfrentou o gigante do entretenimento por uma polémica lei estatal sobre a discussão de identidade e género nas escolas.
Em abril, o Congresso estatal aprovou, a pedido de DeSantis, uma lei que eliminava o distrito especial a partir de junho deste ano.
Esta polémica começou depois do CEO da The Walt Disney Company, Bob Chapek, ter criticado a promulgação da polémica lei conhecida como "Don't Say Gay" ("Não diga gay", em português), que proíbe os professores de falarem sobre orientação sexual nas escolas neste estado norte-americano.
Chapek também anunciou que interromperia as suas doações políticas na Florida, que incluíam a equipa do governador, e que apoiaria até mesmo grupos contrários à regra.
DeSantis, que este ano pode anunciar a sua intenção de concorrer às primárias republicana para as eleições presidenciais de 2024, disse que o pronunciamento de Disney foi "desonesto" e que tinha "passado dos limites".
A aprovação desta quinta-feira ocorre depois da Disney ter anunciado, na quarta-feira, a demissão de cerca de 7.000 trabalhadores, 3,6% de toda a força de trabalho, tendo em vista reduzir cerca de 5.500 milhões de dólares (cerca de 5.100 milhões de euros) em despesas.
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