Polónia vai suspender circulação de mercadorias com Bielorrússia

O ministro do Interior da Polónia, Mariusz Kaminski, anunciou hoje a suspensão até novo aviso da circulação de mercadorias na fronteira com a Bielorrússia e o encerramento da principal passagem entre os dois países, por "razões de segurança".

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Lusa
09/02/2023 17:12 ‧ 09/02/2023 por Lusa

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Numa mensagem hoje divulgada, Kaminski explicou que o encerramento entrará em vigor a partir do meio-dia local (11:00 de Lisboa) de sexta-feira e afetará o posto de Bobrowniki, o único que permitia a passagem de mercadorias, após o encerramento, em novembro de 2021, do posto de Kuznice, devido à crise migratória entre ambos os países.

Com esta medida, só permanecerão abertos os postos fronteiriços de Terespol e Kukuryki-Koroszczyn, nos quais é permitida a passagem de veículos particulares e de pessoas a pé, mas não de camiões.

No seu comunicado, o ministro do Interior fez ainda referência ao encarceramento na Bielorrússia do jornalista polaco Andrzej Poczobut, condenado a oito anos de prisão, que classificou como "o culminar da repressão das autoridades bielorrussas da minoria polaca em curso desde 2021".

"Dei instruções para que se incluam mais pessoas responsáveis pela repressão dos polacos na Bielorrússia na lista de sancionados", acrescentou Kaminski.

Por sua vez, o primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, classificou como desumana a sentença de oito anos de prisão a que foi na quarta-feira condenado Poczobut e associou-a "à perseguição dos polacos na Bielorrússia".

Num julgamento à porta fechada, o jornalista do influente jornal polaco Gazeta Wyborcza e ativista político polaco de 49 anos, atrás das barras desde que foi detido pela última vez, em março de 2021, foi condenado na quarta-feira em Grodno, uma cidade bielorrussa próxima da Polónia, depois de ter sido perseguido e detido em mais de dez ocasiões pelas autoridades do regime do Presidente Alexander Lukashenko.

Os crimes por que Andrzej Poczobut foi condenado incluem "incitação ao ódio" e "reabilitação do nazismo", por ter publicado artigos de investigação histórica e promover a herança cultural polaca através da União dos Polacos na Bielorrússia (que representa a minoria polaca naquele país, que, com cerca de 300.000, constitui a segunda maior minoria étnica, a seguir aos russos, representando 3,1 por cento da população total do país) - uma organização declarada ilegal por Minsk.

O jornalista ficou na Bielorrússia e noticiou e fez extensas reportagens sobre a contestação em massa que dominou aquele país durante semanas em 2020, na sequência das eleições presidenciais que deram a Lukashenko, no poder desde 1994, mais um mandato na chefia do Estado, mas que foram consideradas fraudulentas pela oposição e pelos países ocidentais.

Denunciou igualmente a repressão maciça protagonizada pelas forças de segurança em resposta aos protestos, que se saldou em mais de 35.000 pessoas detidas, milhares espancadas pela polícia e dezenas de milhares de outras que fugiram para o estrangeiro.

Segundo a líder da oposição bielorrussa, Svetlana Tsikhanovskaya, a sentença de Poczobut foi uma "vingança pessoal" de Lukashenko.

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