Convite de Macron a Zelensky? Foi "inapropriado", considera Meloni
"Há momentos em que favorecer a opinião pública interna corre o risco de ser prejudicial à causa", defendeu a primeira-ministra italiana.

© Antonio Masiello/Getty Images

Mundo Guerra na Ucrânia
A primeira-ministra de Itália, Giorgia Meloni, considerou, esta quinta-feira, que o convite do presidente francês, Emmanuel Macron, ao seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, para de deslocar a Paris foi “inapropriado”.
O chefe de Estado da Ucrânia esteve ontem em Paris, após uma visita relâmpago ao Reino Unido. Na capital francesa, encontrou-se com Macron e com o chanceler alemão, Olaf Scholz.
“Creio que a nossa força está na comunidade e na união… mas há momentos em que favorecer a opinião pública interna corre o risco de ser prejudicial à causa. Este parece-me ser um desses casos”, disse aos jornalistas em Bruxelas, citada pela agência de notícias Reuters.
“Penso que a melhor maneira de criar condições para a paz e o diálogo é manter os dois lados em pé de igualdade. Apoiar a Ucrânia é a melhor maneira de chegar a uma possível negociação”, considerou ainda.
Meloni afirmou, no entanto, que "a Itália está totalmente empenhada" em apoiar Kyiv contra a invasão russa, dizendo que a "contribuição" de Itália é muito abrangente.
“Estamos cientes que o conflito na Ucrânia envolve a todos nós”, acrescentou. “Roma quer ser um dos protagonistas, inclusive na fase de reconstrução”, declarou a primeira-ministra italiana.
Giorgia Meloni deve manter uma reunião bilateral à margem da cimeira europeia com Zelensky, que se deslocou para Bruxelas junto com Macron. Depois de se dirigir ao Parlamento Europeu, Zelensky reúne-se ainda hoje com o conjunto do Conselho Europeu, estando previsto a seguir um período de duas horas para reuniões bilaterais em grupo com os chefes de Estado e de Governo dos 27.
À entrada para a reunião extraordinária, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, salientou ainda que a UE se mantém "extremamente unida, mais do que nunca" na ajuda à Ucrânia quer com meios militares, quer com apoio político.
Os líderes da UE irão debater na reunião que meios poderão ser mobilizados nas próximas semanas e meses. As consequências económicas da invasão russa da Ucrânia estão ainda na agenda da reunião, adiantou Michel.
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