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Rússia condena autora de livros de culinária por 'posts' sobre Ucrânia

Um tribunal de Moscovo condenou hoje uma popular autora de livros de culinária e 'blogger' a nove anos de prisão, após julgá-la à revelia por espalhar informação falsa sobre as Forças Armadas russas.

Rússia condena autora de livros de culinária por 'posts' sobre Ucrânia
Notícias ao Minuto

18:06 - 06/02/23 por Lusa

Mundo Guerra na Ucrânia

Tratou-se de mais um julgamento integrado na estratégia do Kremlin de repressão da dissidência iniciada há meses.

As acusações contra Veronika Belotserkovskaya, que reside no estrangeiro, foram causadas por 'posts' que esta publicou na rede social Instagram e que as autoridades russas alegaram conterem "informação deliberadamente falsa sobre a utilização das Forças Armadas da Federação Russa para destruir cidades e a população civil da Ucrânia, incluindo crianças".

Belotserkovskaya, cujo perfil de Instagram indica que nasceu em Odessa, uma cidade do sul da Ucrânia, reagiu às notícias sobre a sentença escrevendo que está, "por um lado, perplexa, e, por outro lado, é claro, orgulhosa".

A Comissão de Investigação da Rússia anunciou a abertura de um processo contra Veronika Belotserkovskaya a 16 de março de 2022, tendo sido o primeiro caso publicamente conhecido aberto ao abrigo de uma nova lei, adotada no início desse mês, que punia informação considerada depreciativa para as Forças Armadas russas.

As autoridades russas emitiram um mandado de captura da 'blogger' julgada à revelia, incluíram-na numa lista de 'procurados' e apreenderam bens seus no valor de 153 milhões de rublos (cerca de dois milhões de euros).

Ela foi também declarada uma "agente estrangeira", uma designação que implica escrutínio governamental adicional e tem uma forte conotação negativa destinada a desacreditar o seu alvo.

Belotserkovskaya foi, de longe, a pessoa condenada a uma maior pena de prisão ao abrigo da nova lei e é a segunda figura pública a ser por ela condenada à revelia.

Na semana passada, um tribunal moscovita condenou Alexander Nevzorov, um jornalista de televisão e ex-deputado, também à revelia, a oito anos de prisão pelos mesmos crimes.

Nevzorov foi acusado de divulgar "informação falsa" nas redes sociais sobre o bombardeamento russo de uma maternidade na cidade portuária ucraniana de Mariupol, junto ao mar de Azov, o que Moscovo veementemente negou.

O jornalista mudou-se para o estrangeiro após o início da guerra na Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022.

Em dezembro do ano passado, o proeminente político da oposição Ilya Yashin foi condenado a oito anos e meio de prisão ao abrigo da mesma lei e, antes disso, também no ano passado, Alexei Gorinov, membro do conselho municipal de Moscovo a que Yashin presidia, foi condenado a sete anos de prisão pelos seus comentários críticos da Rússia em relação à invasão da Ucrânia.

Outra destacada figura da oposição, Vladimir Kara-Murza, está atualmente detida enfrentando as mesmas acusações.

Leia Também: Putin oferece a ajuda da Rússia à Turquia e Síria após sismo devastador

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