Mali. Missão da ONU lamenta expulsão de diretor dos direitos humanos

A Missão das Nações Unidas no Mali (Minusma) lamentou hoje "profundamente" a expulsão do seu diretor da divisão de direitos humanos e reafirmou o compromisso de trabalhar no país de forma "imparcial", respondendo às críticas da junta militar.

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© FLORENT VERGNES/AFP via Getty Images

Lusa
06/02/2023 17:14 ‧ 06/02/2023 por Lusa

Mundo

Mali

Guillaume Ngefa, o diretor da divisão de direitos humanos da Minusma, foi declarado, este domingo, "persona non grata" pela junta militar no poder, com a indicação para abandonar o país em 48 horas.

O governo atribui atividades "desestabilizadoras e subversivas" a Ngefa, incluindo dar voz a supostos representantes da sociedade civil que alimentam visões "enganosas" do que estaria a acontecer num país cada vez mais próximo da órbita da Rússia.

A Minusma, em comunicado, sublinha que a proteção dos direitos humanos "é uma componente importante dos esforços de estabilização do Mali" e ofereceu uma "colaboração aberta e transparente" com a junta militar no poder, liderada por Assimi Goita.

Numa reação mais forte, o Governo de França exortou as autoridades do país africano a respeitarem o mandato da missão internacional de forma "abrangente", realçando que isso inclui o controlo do respeito pelos direitos humanos.

Segundo Paris, esta monitorização trouxe a lume "graves violações" atribuíveis a "grupos terroristas" e "mercenários" do Grupo Wagner, uma organização paramilitar pró-Kremlin que tem tentado ocupar o terreno deixado por contingentes militares internacionais, cada vez mais desconfiados da política de Bamako.

A Minusma foi criada em 2013 para ajudar a estabilizar um Estado ameaçado de colapso sob a ofensiva 'jihadista', proteger os civis, contribuir para o esforço de paz e defender os direitos humanos.

Mas a junta militar no poder está a bloquear abertamente as investigações da Minusma sobre os direitos humanos e os abusos dos quais as forças malianas são regularmente acusadas e, além disso, a situação de segurança no Mali tem continuado a piorar.

No dia 27 de janeiro, o secretário-geral da ONU, António Guterres, defendeu num relatório apresentado no Conselho de Segurança que a atual situação da missão no Mali é "insustentável" sem um aumento do número de tropas no terreno, admitindo também um cenário de retirada total das tropas.

No mesmo dia, o Governo do Mali manifestou relutância em aumentar a dimensão e as capacidades da Minusma.

Leia Também: Mali expulsa diretor da divisão de direitos humanos da ONU

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