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RDCongo expulsa soldados ruandeses da força regional destacada no leste

A República Democrática do Congo (RDCongo) expulsou, por "razões de segurança", os soldados ruandeses integrados na força da Comunidade da África Oriental destacada no leste do país para combater os grupos rebeldes, anunciaram as Forças Armadas Congolesas (FARDC).

RDCongo expulsa soldados ruandeses da força regional destacada no leste
Notícias ao Minuto

13:06 - 31/01/23 por Lusa

Mundo RDCongo

"Por razões de segurança, a República Democrática do Congo deu ordem ao comandante da Força Regional da Comunidade de Estados da África Oriental (EAC, na sigla em inglês, bloco regional de sete países) para repatriar os oficiais ruandeses do quartel-general da força com sede em Goma", anunciou o porta-voz das FARDC, major-general Sylvain Ekenge Bomusa Efomi, numa declaração publicada hoje pelos meios de comunicação do país.

Os militares ruandeses "já deixaram o solo congolês e regressaram ao Ruanda", acrescentou o porta-voz na nota oficial, datada de segunda-feira, sem especificar o número de tropas expulsas.

A expulsão foi anunciada depois de a RDCongo ter acusado o Ruanda de um "ato de guerra" por disparar contra um avião de combate congolês perto da fronteira dos dois países, quando o aparelho estava prestes a aterrar em Goma, capital da província de Kivu do Norte.

Kinshasa rejeitou ainda as acusações de Kigali, que confirmou ter tomado "medidas defensivas" contra um avião do exército congolês por alegadamente violar o espaço aéreo ruandês.

O avião acabou por conseguir aterrar em Goma sem quaisquer baixas.

As acusações surgiram no quadro de tensões crescentes entre os dois países, assente na alegada colaboração do Ruanda com o grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23), ativos desde há largos meses em solo congolês.

O Ruanda tem negado sempre esta colaboração, ainda que, pelo menos, dois relatórios das Nações Unidas a tenham confirmado.

Tanto o Ruanda como o M23, por outro lado, acusam o exército congolês de se ter aliado aos rebeldes das Forças Democráticas de Libertação do Ruanda (FDLR), fundadas em 2000 por responsáveis pelo genocídio de 1994 e outros ruandeses exilados na RDCongo, com o objetivo de recuperarem o poder político no país de origem.

As Nações Unidas também confirmaram esta colaboração.

Desde a sua reativação em março passado, após anos de trégua, os rebeldes do M23 ocuparam vastas áreas e locais estratégicos na RDCongo e a violência levou mais de meio milhão de pessoas a abandonar as suas casas, segundo a ONU.

A força militar da EAC começou a ser destacada no final do ano passado para combater o M23 e outros grupos armados que operam no leste da RDCongo.

O M23 foi criado em 2012, quando soldados congoleses se revoltaram pela perda de poder do seu líder, Bosco Ntaganda, acusado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) de crimes de guerra; e devido a alegadas violações do acordo de paz de 23 de Março de 2009, data que deu nome ao movimento.

Leia Também: RDCongo. Rebeldes tomam mais uma cidade, exército fez retirada "tática"

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