A organização norte-americana Institute for the Study of War (ISW, do inglês 'Instituto para o Estudo da Guerra) anunciou esta terça-feira, na sua análise ao estado da guerra na Ucrânia, que os russos "estão a preparar" uma renovada ofensiva no país, que estará "iminente".
Através de fontes em instituições militares no Ocidente, na Ucrânia e na Rússia, o ISW garante que o último relatório serve como confirmação para o que tem sido previsto ao longo dos últimos meses, com um ataque significativo em torno do aniversário da guerra a ser "o curso de ação mais provável".
O 'thinktank' norte-americano realçou os comentários do secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, que apontou para a probabilidade de os russos mobilizarem mais 200 mil homens para a guerra, além de estarem a intensificar o armamento através de produção doméstica e de importações da Coreia do Norte
E apontou também para o chefe militar ucraniano, Ivan Tymochko, que "de forma relacionada disse que as forças russas estão a fortalecer os seus grupos no Donbass como parte de uma ofensiva antecipada, e notou que as forças russas precisarão de lançar uma ofensiva devido ao aumento da pressão doméstica para uma vitória".
Western, Ukrainian, and Russian sources continue to indicate that #Russia is preparing for an imminent offensive, supporting ISW’s assessment that an offensive in the coming months is the most likely course of action.https://t.co/BOss1GjKHc pic.twitter.com/LyzFcyzvtu
— ISW (@TheStudyofWar) January 31, 2023
"As declarações de Stoltenberg e Tymochko apoiam as anteriores previsões do ISW sobre a as forças russas estarem a prepararam condições para lançar um esforço ofensivo, provavelmente na região de Lugansk, nos próximos meses", afirmou o instituto.
Além disso, o ISW acrescentou que "muitos 'bloggers' militares amplificaram um comunicado divulgado por um canal de Telegram russo, que refere que o ritmo atual e as operações russas indicam que as forças principais da ofensiva antecipada e da prometida quebra da linha da frente ainda não entraram na batalha".
O instituto norte-americano tem regularmente salientado a forma como os esforços de guerra russos têm sido geridos, nomeadamente nas regiões de Donetsk e Lugansk, alertando várias vezes para a ausência de coordenação eficaz nas lideranças militares do Kremlin.
A guerra na Ucrânia já fez mais de 6.800 mortos entre a população civil ucraniana, segundo contam os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. No entanto, a organização adverte que o real número de mortos civis poderá ser muito superior, dadas as dificuldades em contabilizar mortos em zonas ocupadas ou sitiadas pelos russos - em Mariupol, por exemplo, estima-se que tenham morrido milhares de pessoas.
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