A amante do chefe da máfia siciliana Cosa Nostra, detido em Palermo após 30 anos em fuga, confessou, esta segunda-feira, aos Carabinieri [Forças armadas
italianas] que teve uma relação com Matteo Messina Denaro, mas que não sabia quem ele realmente era.
Segundo o El Tiempo, a mulher apareceu espontaneamente perante as autoridades depois de descobrir que o seu amante era o líder da máfia mais procurado de Itália.
A mulher, cuja identidade não foi revelada, afirma ter estado com o amante alguns dias antes da sua prisão, numa das casas sicilianas onde o chefe da máfia passou o último ano da sua fuga.
Garantiu aos investigadores que Messina Denaro se apresentou com uma identidade falsa e que estava longe de saber quem este era. Asseverou que só se apercebeu de quem ele era quando o viu nas notícias.
A polícia italiana investiga várias mulheres por terem tido relações nos últimos anos com o chefe da máfia siciliana. Entre elas está uma ex-amante, Maria Mesi, já condenada por ajudar o homem em 2000.
Denaro foi detido dentro das instalações de uma clínica privada em Palermo, na ilha de Sicília, onde foi para tratar um cancro. O homem, de 60 anos, é considerado o sucessor dos líderes históricos da máfia Cosa Nostra, Toto Riina e Bernardo Provenzano, que morreram ambos na prisão.
Nascido em Castelvetrano, na província de Trapani, Messina Denaro foi condenado à revelia a prisão perpétua por vários homicídios, incluindo os de dois procuradores anti-máfia, em 1992.
A captura de Denaro ocorre numa altura em que se intensificam as investigações contra o crime organizado levadas a cabo pelos procuradores de Palermo, Maurizio de Lucia e Paolo Guido.
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