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Dinamarqueses contestam plano de abolir feriado para financiar defesa

O objetivo do executivo liderado por Mette Frederiksen é o de financiar o orçamento da defesa, de modo a chegar mais cedo à meta dos 2% do PIB definida pela NATO.

Dinamarqueses contestam plano de abolir feriado para financiar defesa
Notícias ao Minuto

22:48 - 26/01/23 por Notícias ao Minuto

Mundo Dinamarca

O plano do governo dinamarquês de abolir um feriado nacional, de modo a financiar o orçamento da defesa do país, está a causar uma enorme onda de contestação, com o maior confederação sindical do país a criticar aquilo que considera ser um ataque ao Estado social.

Segundo explica o The Guardian, o governo, que desde novembro que passou a ser composto por um bloco central de três partidos de centro-esquerda e centro-direita, anunciou que pondera abolir o feriado 'Store Bededag', um dia que começou no século XVII com uma origem religiosa.

O feriado comemora-se na quarta sexta-feira após a Páscoa (este ano, cai no dia 5 de maio).

No entanto, a dirigente da Fagbevægelsens Hovedorganisation (FH), a maior confederação sindical do país, manifestou o seu profundo desagrado com a medida.

"É uma grande ameaça ao modelo dinamarquês. Os políticos devem manter-se longe de assuntos do mercado laboral. Se avançarem com isto, vão impor a sua vontade e violar os acordos", disse Lizette Risgaard à Agence France-Presse (AFP).

A FH tem cerca de 1,3 milhões de associados, num país com uma população que ronda os seis milhões de habitantes.

Os sindicatos argumentam que a medida coloca em causa o balanço que sustenta o Estado social público dinamarquês, um dos mais abrangentes do mundo. A adoção de medidas laborais, seja pelo Governo, seja pelas empresas, é praticamente impossível sem o cunho dos sindicatos, que, como é possível ver pela quantidade de membros da FH, abrangem uma grande parte da população.

Risgaard acrescentou que o governo dinamarquês está a ir "contra tudo aquilo que foi acordado nas negociações, nomeadamente o direito a estar com a família naquele dia". "Nos nossos acordos salariais coletivos, há 600 formas diferentes de definir os salários de alguém que trabalhe naquele dia", acrescentou.

O objetivo do governo de Copenhaga de cancelar o feriado é o de financiar o orçamento para a defesa, de modo a atingir a meta de 2% do PIB pedida pela NATO em 2030 (mais cedo do que o antecipado). O executivo espera ter mais 3 mil milhões de coroas dinamarquesas (cerca de 355 milhões de euros) de receita, e justifica a decisão com a guerra na Ucrânia pela Rússia.

Para a primeira-ministra, Mette Frederiksen, a questão não é controversa, considerando que "não é um problema trabalhar mais um dia". "Enfrentamos enormes despesas para a defesa e segurança, para a saúde, cuidado psiquiátrico e transição energética", explicou.

Mas o eleitorado não parece concordar com o executivo. Segundo uma sondagem citada pela AFP, apenas 17% da população está a favor do plano, que não estava previsto na campanha eleitoral do passado outono. Cerca de 75% dos dinamarqueses estão contra a medida.

E, no parlamento, a proposta também não é vista com bons olhos pela oposição. Tirando os três partidos no governo - os sociais-democratas, os moderados e os liberais -, nenhum dos restantes nove partidos na oposição vai votar a favor da proposta.

Leia Também: Sociais-democratas vão governar em coligação com os liberais na Dinamarca

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