Justiça moscovita extingue ONG de direitos humanos mais antiga da Rússia

O Tribunal Urbano de Moscovo decidiu hoje a dissolução do Moscow Helsinki Group, a organização não-governamental (ONG) de direitos humanos mais antiga da Rússia.

Moscow Helsinki Group

© Getty Images

Lusa
25/01/2023 15:27 ‧ 25/01/2023 por Lusa

Mundo

Rússia

A decisão foi tomada pelo juiz Mikhail Kazakov, a pedido do Ministério da Justiça, precisou o portal digital independente Mediazona.

O julgamento contra a conhecida ONG começou hoje mesmo e a leitura da sentença realizou-se apenas seis horas depois.

O Ministério da Justiça russo pediu a extinção do Moscow Helsinki Group em dezembro de 2022 por estender as suas atividades para "fora da sua região", ou seja, a capital russa.

Um representante da acusação disse no julgamento que as infrações não eram sanáveis e que o Ministério Público considerava adequada a punição.

A ONG, fundada em maio de 1976 para monitorizar o cumprimento soviético dos Acordos de Helsínquia e relatar ao Ocidente as violações dos direitos humanos na União Soviética (URSS), rejeitou as razões apresentadas pela Justiça e pediu recurso daquela decisão.

"As afirmações feitas são absurdas. Os direitos humanos são extraterritoriais", declarou Valeri Borschev, do Moscow Helsinki Group.

Uma vez conhecida a decisão do tribunal de primeira instância moscovita, o grupo anunciou que recorrerá da sua extinção junto de instâncias judiciais superiores.

A diretora da organização, Svetlana Astrakhantseva, afirmou na terça-feira, citada pela agência de notícias espanhola EFE, que, desde o início da ofensiva militar na Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, "os russos não têm direitos civis nem políticos".

Há pouco mais de um ano, a Justiça russa ordenou a extinção de outra conhecida organização de direitos humanos do país, a International Memorial, pela "violação" da lei sobre agentes estrangeiros.

A Memorial foi também acusada pelas autoridades russas de criar "uma imagem falsa da União Soviética como Estado terrorista", referindo-se às suas investigações sobre as ações de repressão estalinistas.

Leia Também: Alemanha faz o que "é necessário", mas quer "evitar escalada" da guerra

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