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Irão. PE pede inclusão da Guarda Revolucionária na lista de terroristas

O Parlamento Europeu apelou hoje a mais sanções contra o regime iraniano por "flagrante desprezo" pela dignidade humana e apoio à Rússia, e defendeu a inclusão do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (CGRI) na lista de organizações terroristas.

Irão. PE pede inclusão da Guarda Revolucionária na lista de terroristas

Numa resolução adotada no hemiciclo de Estrasburgo, França, os eurodeputados defendem que "o flagrante desprezo do regime iraniano pela dignidade humana e pelas aspirações democráticas dos seus próprios cidadãos, bem como o seu apoio à Rússia, exige novos ajustamentos à posição da UE em relação ao Irão".

A assembleia exorta designadamente a UE a alargar a sua lista de sanções a todas as pessoas e entidades responsáveis por violações dos direitos humanos e seus familiares, incluindo o líder supremo Ali Khamenei, o Presidente Ebrahim Raisi, o Procurador-Geral Mohammad Jafar Montazeri e todas as fundações ligadas à Guarda Revolucionária, o exército teológico de Teerão.

Como era esperado, a resolução adotada pelo Parlamento Europeu apela ao Conselho e aos Estados-membros da UE para acrescentarem "o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica e as suas forças subsidiárias, incluindo a milícia paramilitar Basij e a Força Quds, à lista de organizações terroristas da UE".

"Qualquer país onde o CGRI tenha operações militares, económicas ou de informação deve pôr-lhes termo e proibir ligações com a organização", defendem os eurodeputados.

Hoje mesmo, antes da votação em Estrasburgo, o Irão alertou hoje para "consequências negativas" para a UE de uma eventual inclusão da Guarda Revolucionária na 'lista negra' de organizações terroristas, advertindo que tal decisão teria "consequências negativas".

Criada em 1979 após a vitória da revolução islâmica no país, a Guarda Revolucionária possui forças terrestres, navais e aéreas com efetivos estimados em mais de 120 mil homens. Entre as funções atribuídas à Guarda estão a segurança do Golfo e do Estreito de Ormuz, por onde passam muitos petroleiros, e a gestão de programas de desenvolvimento balístico.

No texto hoje adotado, o Parlamento "condena nos termos mais veementes as sentenças de morte e execuções de manifestantes pacíficos no Irão e apela às autoridades iranianas para que ponham fim à repressão contra os seus próprios cidadãos", defendendo que os responsáveis pela morte de centenas de manifestantes devem ser levados à justiça.

A resolução apela também à extensão das medidas restritivas contra o Irão, que continua a fornecer drones e planeia fornecer mísseis terra-terra à Rússia, para a sua agressão militar à Ucrânia.

Por fim, o Parlamento Europeu expressa "profunda preocupação com a repressão transnacional e estrutural" das autoridades da República Islâmica, incluindo "espionagem e assassinatos, sobre a diáspora iraniana que vive na União Europeia", exortando os Estados-membros a "protegerem melhor as pessoas em causa contra esta repressão".

O Irão está a ser confrontado por uma onda de protestos desde a morte, a 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma jovem curda-iraniana de 22 anos, que morreu três dias depois de ser presa pela polícia da moralidade em Teerão por suposto uso indevido do 'hijab', o véu islâmico.

Desde então, e na sequência dos protestos que se estenderam a todo o país, morreram já dezenas de pessoas, enquanto mais de 14.000 estão detidas e mais de uma centena foi condenada à morte, tendo já sido executadas pelo menos quatro.

Na segunda-feira, cerca de 12 mil pessoas de toda a Europa, incluindo de Portugal, manifestaram-se diante do Parlamento Europeu em Estrasburgo para exigir a inclusão da Guarda Revolucionária na 'lista negra', tal como já foi feito pelos Estados Unidos, tendo recebido o apoio da presidente do PE, Roberta Metsola.

Um quarto pacote de sanções contra o Irão estará em discussão na próxima reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, que se celebra na próxima segunda-feira em Bruxelas.

Leia Também: Guarda Revolucionária na lista de terroristas? "Consequências negativas"

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