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Invasão em Brasília. Ex-ministro de Bolsonaro detido ao voltar dos EUA

O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a prisão do ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro por "omissão" nos ataques contra as sedes dos três poderes perpetrados no passado domingo. É considerado o principal responsável político dos incidentes.

Invasão em Brasília. Ex-ministro de Bolsonaro detido ao voltar dos EUA
Notícias ao Minuto

11:29 - 14/01/23 por Daniela Carrilho com Lusa

Mundo Brasil

O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, desembarcou no aeroporto internacional de Brasília, na manhã deste sábado, tendo sido detido logo à saída do avião, proveniente de Miami, nos Estados Unidos.

De acordo com as informações divulgadas pela CNN Brasil, Torres foi o primeiro a sair da aeronave e era esperado por um agente, que o encaminhou, já detido, para a sede da superentendência da Polícia Federal para prestar os primeiros depoimentos.

A equipa de advogados de Defesa de Anderson Torres aguardava a sua chegada no aeroporto e acompanhou-o para prestar os esclarecimentos sobre a invasão de Brasília.

A CNN Brasil avança que Torres irá reunir-se com os advogados e, de seguida, vai conceder as primeiras informações sobre a invasão à Polícia Federal, antes de ficar efetivamente detido. O ex-ministro de Bolsonaro ainda deverá ser sujeito a um exame pericial por parte das autoridades.

Recorde-se que na terça-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a prisão do ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro por "omissão" nos atos de vandalismo nas sedes dos três poderes da República, em Brasília, no último domingo. É considerado o principal responsável político dos incidentes.

Anderson ainda era o secretário de Segurança do Distrito Federal, unidade federativa brasileira, no dia em que ocorreram as invasões levadas a cabo por bolsonaristas aos edifícios visados durante o ataque - o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal -, o que viria a causar o seu afastamento do cargo.

Foi demitido de funções por Ibaneis Rocha, o governador do Distrito Federal, também ele suspenso das suas funções por um período de 90 dias.

As detenções foram anunciadas numa altura em que tanto a Polícia Militar, como o governo do Distrito Federal têm vindo a ser alvo de duras críticas, devido à sua atuação durante os ataques de domingo, com suspeitas de conivência com os indivíduos que perpetraram a invasão.

Durante a investigação, a polícia fez buscas na casa de Torres na terça-feira e apreendeu um projeto de decreto que permitiria ao ex-presidente Jair Bolsonaro intervir na Justiça Eleitoral com o objetivo de reverter o resultado das eleições de 30 de outubro.

O projeto de decreto, nunca aprovado ou apresentado publicamente, previa a declaração do estado de defesa (estado de exceção) para intervir no Tribunal Superior Eleitoral e efetuar uma "correção do processo eleitoral presidencial".

O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que este documento mostra que houve um planeamento dos ataques de radicais de extrema-direita contra as instituições democráticas do Brasil.

Antes dos ataques às sedes dos três poderes, os radicais bloquearam estradas, invadiram uma esquadra de Brasília em meados de dezembro e, dias depois, deixaram um artefacto explosivo próximo ao aeroporto da capital, que foi desativado pela polícia. 

A invasão dos edifícios começou depois de militantes da extrema-direita brasileira que apoiam o anterior presidente, derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de outubro passado, terem convocado um protesto para a Esplanada dos Ministérios, na capital brasileira.

No domingo, apoiantes do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram as sedes do STF, do Congresso e do Palácio do Planalto, em Brasília, obrigando à intervenção policial para repor a ordem e suscitando a condenação da comunidade internacional.

A Polícia Militar conseguiu recuperar o controlo das sedes dos três poderes, numa operação de que resultaram em 1.159 detidos.

"Ao todo, 1.843 pessoas foram conduzidas pela Polícia Militar do Distrito Federal para a Academia Nacional de Polícia. Todos os detidos foram identificados pela Polícia Federal e irão responder, na medida de suas responsabilidades, por crimes de terrorismo, associação criminosa, atentado contra o Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, perseguição, incitação ao crime, entre outros", referiu a Polícia Federal.

A mesma autoridade informou que cerca de 600 pessoas presas acusadas de participarem nos atos, na maioria idosos com mais de 65 anos, mulheres que têm filhos pequenos e pessoas com comorbilidades graves, foram libertadas para responder em liberdade.

[Notícia atualizada às 11h47]

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