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Detidos no Peru três dirigentes de organização envolvida nos protestos

Três dirigentes de uma organização envolvida nos protestos que decorrem na região de Ayacucho, sul do Peru, foram detidos, anunciaram fontes policiais, quando um balanço oficial da contestação aponta para pelo menos 42 mortos e 531 feridos.

Detidos no Peru três dirigentes de organização envolvida nos protestos
Notícias ao Minuto

18:08 - 13/01/23 por Lusa

Mundo Peru

A presidente da Frente de Defesa do Povo de Ayacucho (Fredepa), Rocío Leandro Melgar, e ainda a vice-presidente Stefany Alanya Chumbes e o secretário da organização, Alejandro Manay Pillaca, foram detidos na noite de quinta-feira, indicou hoje a Polícia nacional do Peru (PNP) em mensagem nas redes sociais.

O ministério do Interior acrescentou que as detenções foram efetuadas por agentes da PNP e "procuradores especiais" enviados desde Lima, e precisou que Leandro Melgar será transferida para Lima enquanto era reforçada a presença policial em Ayacucho "como medida de prevenção".

A procuradoria indicou estar a investigar os violentos protestos de 15 e 16 de dezembro, com o gabinete do Ministério público saqueado e incendiado, à semelhança de outras dependências estatais em Ayacucho, e enquanto prosseguem as manifestações antigovernamentais em diversas regiões do país andino, que hoje alastraram à capital Lima.

As autoridades judiciais indicaram hoje que 42 pessoas foram mortas, 531 feridas e 329 detidas desde o início dos protestos em dezembro passado. O balanço das vítimas mortais inclui um polícia, enquanto outros 355 civis e 176 agentes ficaram feridos. Entre os 329 detidos inclui-se um menor.

O Provedor do Povo (Defensoría del Pueblo), outro organismo oficial, confirmou que 41 manifestantes foram mortos em confrontos diretos com as forças policiais e militares, para além de um polícia e de sete pessoas que perderam a vida por "acidentes rodoviários e factos vinculados com o bloqueio" das estradas.

A procuradoria assinalou ter iniciado oito investigações para determinar "os responsáveis pela perda destas vidas humanas" e ainda três outros inquéritos paralelos pelos ataques às sedes do Ministério público em cidades do sul do país.

Ainda no sul, a empresa mineira Antapaccy, explorada pela multinacional anglo-suíça Glencore, anunciou hoje que vai retirar 2.400 trabalhadores das suas operações na região de Cusco, após um ataque às instalações por um grupo de alegados manifestantes que contestam a atual presidente Dina Boluarte.

Após assinalar que as suas instalações foram atacadas "por um grupo de vândalos", a empresa anunciou que "vai procurar as condições de segurança necessárias para inicar a retirada do pessoal, na salvaguarda a sua integridade".

Os protestos populares, que prosseguem em várias regiões do país, em particular no sul, exigem a renúncia de Boluarte, a dissolução do Congresso, a convocação de uma assembleia constituinte, novas eleições para 2023, a libertação do ex-presidente Pedro Castillo, entretanto condenado a 18 meses de "prisão preventiva", e justiça para as vítimas dos protestos.

As manifestações iniciaram-se em dezembro passado após Boluarte ter assumido a chefia do Estado na sequência da destituição de Pedro Castillo, pelo Congresso, acusado de promover um "auto-golpe" que implicava a dissolução da câmara e novas eleições.

Na sequência dos confrontos e do elevado número de vítimas, várias organizações de defesa dos direitos humanos, incluindo a Amnistia Internacional (AI) e o gabinete do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH) exortaram as autoridades a terminar com o "uso indevido da força contra a população civil" e assegurar o respeito pelos direitos humanos.

Leia Também: Protestos antigovernamentais já provocaram 49 mortos no Peru

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