"Reconhecemos o direito de todos a protestos pacíficos e a expor queixas por meio de canais democráticos, e pedimos calma, diálogo e que todas as partes mostrem moderação e não-violência", disse um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano.
"Encorajamos o Governo a usar o mínimo de força enquanto procura proteger os cidadãos, a propriedade privada, a liberdade de circulação de pessoas e bens", acrescentou a diplomacia dos EUA.
O Departamento de Estado norte-americano assegura que "apoia o compromisso do Governo peruano de investigar todas as mortes" ligadas às manifestações e pede "às forças de segurança que respeitem a lei e o direito".
Pelo menos 40 pessoas morreram e mais de 600 ficaram feridas em protestos após a destituição e detenção, em 7 de dezembro, do ex-Presidente Pedro Castillo, acusado de tentativa de golpe, quando tentou dissolver o Parlamento que se preparava para o derrubar do poder.
O gabinete dos direitos humanos da ONU manifestou terça-feira "profunda preocupação" pelo aumento da violência das forças policiais e militares no Peru, que na segunda-feira registou o dia mais mortífero desde o início dos protestos no início de dezembro.
Em comunicado, a porta-voz do gabinete do alto comissário para os Direitos Humanos recorda que desde 7 de dezembro já foram mortas 40 pessoas e 518 feridas nos confrontos com forças policiais e militares.
"Destas, de acordo com relatórios oficiais, pelo menos 17 pessoas foram mortas na segunda-feira, incluído um menor, em Juliaca, região de Puno no sul, e um agente da polícia foi morto terça-feira [hoje] quando o seu veículo foi atacado", disse a porta-voz Marta Hurtado.
Também a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) condenou a morte de pelo menos 17 pessoas nos protestos antigovernamentais de segunda-feira na cidade de Juliaca, no departamento de Puno e perto da fronteira com a Bolívia.
"A CIDH condena a morte de pelo menos 17 pessoas nas imediações do aeroporto de Juliava em 9 de janeiro, onde também se registaram dezenas de pessoas feridas", indicou a organização na sua conta Twitter.
A procuradora-geral peruana, Patricia Benavides, anunciou hoje a abertura de uma investigação preliminar contra a atual Presidente, Dina Boluarte, sobre a repressão aos protestos.
Leia Também: Peru decreta recolher obrigatório no epicentro das manifestações