EUA apelam à contenção das autoridades do Peru na repressão a protestos

Os Estados Unidos pediram hoje "contenção" e uso "mínimo" da força contra os manifestantes no Peru, acrescentando que apoiam a abertura de uma investigação sobre a repressão que provocou dezenas de mortos.

porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price

© CAROLYN KASTER/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
11/01/2023 17:11 ‧ 11/01/2023 por Lusa

Mundo

Peru

"Reconhecemos o direito de todos a protestos pacíficos e a expor queixas por meio de canais democráticos, e pedimos calma, diálogo e que todas as partes mostrem moderação e não-violência", disse um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano.

"Encorajamos o Governo a usar o mínimo de força enquanto procura proteger os cidadãos, a propriedade privada, a liberdade de circulação de pessoas e bens", acrescentou a diplomacia dos EUA.

O Departamento de Estado norte-americano assegura que "apoia o compromisso do Governo peruano de investigar todas as mortes" ligadas às manifestações e pede "às forças de segurança que respeitem a lei e o direito".

Pelo menos 40 pessoas morreram e mais de 600 ficaram feridas em protestos após a destituição e detenção, em 7 de dezembro, do ex-Presidente Pedro Castillo, acusado de tentativa de golpe, quando tentou dissolver o Parlamento que se preparava para o derrubar do poder.

O gabinete dos direitos humanos da ONU manifestou terça-feira "profunda preocupação" pelo aumento da violência das forças policiais e militares no Peru, que na segunda-feira registou o dia mais mortífero desde o início dos protestos no início de dezembro.

Em comunicado, a porta-voz do gabinete do alto comissário para os Direitos Humanos recorda que desde 7 de dezembro já foram mortas 40 pessoas e 518 feridas nos confrontos com forças policiais e militares.

"Destas, de acordo com relatórios oficiais, pelo menos 17 pessoas foram mortas na segunda-feira, incluído um menor, em Juliaca, região de Puno no sul, e um agente da polícia foi morto terça-feira [hoje] quando o seu veículo foi atacado", disse a porta-voz Marta Hurtado.

Também a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) condenou a morte de pelo menos 17 pessoas nos protestos antigovernamentais de segunda-feira na cidade de Juliaca, no departamento de Puno e perto da fronteira com a Bolívia.

"A CIDH condena a morte de pelo menos 17 pessoas nas imediações do aeroporto de Juliava em 9 de janeiro, onde também se registaram dezenas de pessoas feridas", indicou a organização na sua conta Twitter.

A procuradora-geral peruana, Patricia Benavides, anunciou hoje a abertura de uma investigação preliminar contra a atual Presidente, Dina Boluarte, sobre a repressão aos protestos.

Leia Também: Peru decreta recolher obrigatório no epicentro das manifestações

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