Turquia anuncia "expansão" das patrulhas com as forças russas na Síria

O ministro da Defesa da Turquia, Hulusi Akar, adiantou hoje que as tropas turcas e russas podem "expandir" as suas patrulhas conjuntas no norte da Síria, como parte dos esforços para garantir a segurança na região.

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Lusa
04/01/2023 19:32 ‧ 04/01/2023 por Lusa

Mundo

Síria

Hulusi Akar não entrou em detalhes sobre estes planos, divulgados dias depois do encontro com governantes sírios e russos numa reunião surpresa em Moscovo.

As conversas do ministro turco com Mahmoud Abbas, da Síria, marcaram a primeira reunião de nível ministerial entre a Turquia e a Síria desde o fim das relações com o início da guerra civil síria há mais de 11 anos.

"Podemos expandir as patrulhas conjuntas com a Rússia no norte da Síria", revelou Akar, em declarações aos jornalistas, quando questionado sobre os temas discutidos em Moscovo, segundo um comunicado divulgado pelo Ministério da Defesa turco.

Estão previstas mais reuniões entre autoridades russas, sírias e turcas, divulgou ainda Akar, acrescentando que a expectativa da Turquia é que o "processo continue de forma razoável, lógica e bem-sucedida", e que "a luta contra o terrorismo seja bem-sucedida".

No final de dezembro, Turquia, Síria e Federação Russa discutiram em Moscovo, a entrega ao governo sírio das áreas controladas no país pelos turcos e a forma de acabar com as forças curdas no nordeste.

O ministro turco dos Negócios Estrangeiros, Mevlut Çavuoglu, assegurou depois que a entrega a Damasco das zonas sírias controladas por Ancara só vai acontecer "quando houver estabilidade política e tudo estiver bem no país".

Estes ministros discutiram também o fim da presença no nordeste sírio das Forças da Síria Democrática, cuja principal componente, as Unidades de Proteção do Povo (YPG), é considerada terrorista por Ancara.

Sírios, turcos e russos discutiram ainda o regresso dos refugiados sírios residentes na Turquia, estimados em pelo menos 3,6 milhões de pessoas, a maior concentração num único Estado.

A Turquia tem ameaçado realizar uma nova ofensiva militar na Síria contra militantes curdos, acusados por Ancara de realizarem um ataque mortal à bomba em 13 de novembro em Istambul.

Moscovo, que tem promovido a reconciliação entre Ancara e Damasco, deixou claro que se opõe a uma nova invasão turca.

A Turquia e a Síria estão em lados opostos do conflito sírio, com a Turquia a apoiar os rebeldes que tentam derrubar o Presidente sírio, Bashar al-Assad.

Damasco, por sua vez, denunciou o controlo da Turquia sobre trechos de território no norte da Síria, que foram tomados numa série de incursões militares desde 2016, para afastar grupos militantes curdos.

A Turquia e a Rússia iniciaram patrulhas conjuntas em março de 2020, encerrando uma ofensiva do governo apoiada pela Rússia no último reduto rebelde no noroeste.

Desencadeada em março de 2011 pela repressão às manifestações pró-democracia, a guerra civil na Síria já provocou mais de meio milhão de mortes, devastou as infraestruturas do país e levou à fuga de milhões de pessoas.

O conflito tornou-se mais complexo ao longo dos anos, com o envolvimento de potências regionais e internacionais e a ascensão do grupo EI que, apesar de derrotado em 2019, ainda consegue realizar ataques mortíferos através de "células adormecidas".

O presidente sírio, Bashar al-Assad, recuperou o controlo do país, mas partes do norte permanecem sob o controlo de rebeldes, bem como de forças curdas turcas e sírias.

Leia Também: 'Rockets' atingem base dos EUA na Síria sem causar baixas ou danos

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