Um tribunal de Moscovo condenou a oito anos e meio de prisão o opositor ao regime Ilya Yashin, acusado de espalhar "informações falsas" sobre o Exército russo, após críticas à ofensiva militar na Ucrânia.
De acordo com o veredito do coletivo de juízes, Ilia Yashin é culpado de ter cometido o crime de divulgar "informações falsas" sobre o exército russo.
Ilya Yashin, de 39 anos, foi detido em junho, e estava a ser julgado por ter denunciado, durante uma intervenção ao vivo num canal da rede social YouTube, "o assassínio de civis" na cidade ucraniana de Boutcha, perto de Kiev, onde o exército russo está a ser acusado de abusos.
A detenção de Yashin não impediu este opositor de continuar a criticar duramente as autoridades russas e a denunciar a intervenção militar na Ucrânia.
Após o início da invasão da Ucrânia, em final de fevereiro, as autoridades russas endureceram a legislação sobre a liberdade de expressão, para tentar silenciar vozes críticas da operação militar.
Nos últimos meses, várias pessoas foram condenadas a penas de prisão, depois de serem condenadas por divulgar "informações falsas" ou por "desacreditar" o Exército.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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